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Protesto proibido deixa feridos e inflama crise política em Hong Kong

A violência deste sábado é um novo ingrediente na tensão e as lideranças parecem não conseguir ou não ter interesse em domar o caos

Foto: Anthony Wallace/AFP
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A polícia de Hong Kong lançou bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha neste sábado 27 contra manifestantes em um protesto proibido em Yuen Long, perto da fronteira com a China, onde ativistas pró-democracia foram atacados por supostos membros de gangues na semana passada.

Alguns manifestantes tinham lançado objetos na polícia e cercaram uma viatura. Autoridades de saúde afirmaram que nove pessoas ficaram feridas, cinco delas em estado grave.

Os agentes atiraram com balas de borracha para dispersar os manifestantes que ainda estavam no local à noite. Novos confrontos tiveram início em uma estação: oficiais com cassetetes e escudos abordaram e prenderam vários manifestantes, deixando poças de sangue no chão.

O desconforto se disseminou na população desde que, no domingo 21, homens vestindo camisetas brancas, armados com bastões e cassetetes, espancaram manifestantes opositores que voltavam para casa após um protesto, em uma estação e em um vagão do metrô em Yuen Long. Segundo os hospitais, 45 pessoas ficaram feridas.

A polícia foi muito criticada por sua lentidão na atuação em resposta à violência deste dia, despertando acusações de um conluio, ou de omissão – o que as forças de segurança negam.

Protesto proibido

Hong Kong mergulhou na pior crise de sua história recente depois que milhões de manifestantes tomaram as ruas e de confrontos violentos esporádicos entre a polícia e pequenos grupos de manifestantes radicais.

As manifestações foram desencadeadas por um projeto de lei polêmico que teria permitido extradições para a China continental, mas evoluíram para um apelo por reformas democráticas mais amplas.

A violência deste sábado é um novo ingrediente da crise política, e as lideranças políticas parecem não conseguir ou não ter interesse em dar fim ao caos.

Yuen Long fica nos Novos Territórios de Hong Kong, uma área rural onde diversos vilarejos são conhecidos por seu apoio ao governo pró-Pequim.

A polícia informou a prisão de 12 pessoas ligadas a atos violentos, nove das quais ligadas a gangues.

A marcha começou pacificamente. Mas pequenos grupos de manifestantes radicais, muitos com capacetes e escudos, confrontaram as autoridades, acusadas de apoiar as gangues.

A tensão aumentou rapidamente quando alguns manifestantes jogaram objetos nos agentes e picharam uma van da polícia.

A polícia respondeu jogando gás lacrimogêneo contra a multidão e ocorreram confrontos entre manifestantes e forças de segurança.

Ao fim do dia, apenas cerca de 200 manifestantes ainda estavam perto da estação. Eles foram levados pela polícia.

Em um movimento incomum, a polícia decidiu proibir o protesto deste sábado, alegando que havia o risco de que os manifestantes atacassem os moradores locais.

Canais de redes sociais usados para organizar o movimento – que não tem uma liderança central – estavam repletos de convites para ir a uma “maratona de compras” em Yuen Long ou jogar o popular Pokemon Go lá.

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