Política

Defesa de Lula pede, mas julgamento de habeas corpus fica fora da pauta do STF

Pauta foi retirada da lista e deve ser votada apenas no segundo semestre. Advogados argumentam que habeas corpus deve ter prioridade

Defesa de Lula pede, mas julgamento de habeas corpus fica fora da pauta do STF
Defesa de Lula pede, mas julgamento de habeas corpus fica fora da pauta do STF
Apoie Siga-nos no

Os advogados de defesa do ex-presidente Lula protocolaram ainda nesta segunda-feira 24 uma petição para o Supremo Tribunal Federal (STF) manter o julgamento do habeas corpus, que foi retirado da lista de pautas da terça-feira 25.

A defesa argumenta que o HC deveria ser o segundo da lista pela sua própria natureza, além do fato de Lula já cumprir pena em regime fechado e ter mais de 70 anos de idade, fatores que configuram preferência nos critérios regimentais da Corte.

O habeas corpus, apresentado pela defesa em dezembro de 2018, acusa Sergio Moro de ser imparcial em sua condenação e pede a anulação do processo contra Lula. A ministra Cármen Lúcia, presidente da Segunda Turma do STF, decidiu, no entanto, manter o pedido fora da pauta desta terça-feira.

Os ministros da 2ª turma do Supremo já começaram a avaliar a pauta, que teve dois votos negativos até agora – o de Carmen Lúcia e o de Edson Fachin. Restavam votar Celso de Mello, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski – o que deve ficar para o segundo semestre, já que os ministros entram em recesso regimentar no mês de julho.

Nesta segunda-feira 24, em uma carta de Lula endereçada a Celso Amorim, Lula diz que as acusações contra Moro datam muito antes dos vazamentos de mensagens entre o ex-juiz e o procurador Deltan Dallagnol, revelado pelo site The Intercept Brasil.

O ex-presidente acrescenta, ainda, que “tentam confundir” sua situação em relação ao julgamento, o que incluiria o debate sobre outros processos da Lava Jato que foram influenciados pelas diretrizes dadas por Moro.

“Alguns dizem que ao anular meu processo estarão anulando todas as decisões da Lava Jato, o que é uma grande mentira pois na Justiça cada caso é um caso. Também tentam confundir, dizendo que meu caso só poderia ser julgado depois de uma investigação sobre as mensagens entre Moro e os procuradores que estão sendo reveladas nos últimos dias. […]  Já apresentamos provas suficientes de que o juiz é suspeito e não foi imparcial”, diz a carta.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo