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Ação de brasileiros no Reino Unido pede 25 bi por desastre de Mariana

Queixa coletiva mira a gigante de mineração BHP-Billiton, coproprietária da Samarco ao lado da mineradora Vale

Ação de brasileiros no Reino Unido pede 25 bi por desastre de Mariana
Ação de brasileiros no Reino Unido pede 25 bi por desastre de Mariana
Foto: Rogério Alves/TV Senado
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O gigante anglo-australiano da mineração BHP-Billiton é alvo de uma ação coletiva no valor de 5 bilhões de libras (6,5 bilhões de dólares ou mais de 25 bilhões de reais), apresentada no Reino Unido pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), em 2015. A queixa, iniciada em novembro, foi confirmada nesta quarta-feira 8 pelo grupo.

“A BHP confirma que os detalhes legais de uma ação foram apresentados no Tribunal de Negócios e Propriedade de Liverpool, no noroeste da Inglaterra”, anunciou o grupo em um comunicado. “A BHP tem a intenção de se defender”, acrescentou o texto.

A queixa coletiva, uma das maiores na história legal do Reino Unido, foi iniciada em novembro, mas seus detalhes vieram à tona apenas nesta semana. A ação foi apresentada pelo escritório de advogados SPG Law, com sede em Liverpool.

 

Um advogado desse escritório explicou à AFP que a SPG Law exige da BHP 5 bilhões de libras em danos e prejuízos em nome de cerca de 250 mil demandantes. Esse grupo inclui 240.000 indivíduos, 24 prefeituras, 11.000 empresas, uma arquidiocese católica e a comunidade indígena Krenak.

Embora tenham sido apresentadas ações civis no Brasil, “os demandantes acreditam que têm mais chances de obter uma indenização justa e rápida no Reino Unido do que em seu país. Os tribunais brasileiros podem levar mais de uma década para decidir uma sentença e as ofertas de indenização são muito inferiores aos danos sofridos”, explicou o escritório na nota.

Maior tragédia ambiental do Brasil

A ação visa a BHP como coproprietária, junto com o grupo brasileiro Vale, da companhia mineradora Samarco. A empresa era administradora da barragem de resíduos de mineração que se rompeu em 5 de novembro de 2015, destruindo o vilarejo de Bento Rodrigues, contaminando o rio Doce e causando o pior desastre ambiental da história do País. A tragédia matou 19 pessoas.

Outra ação coletiva foi apresentada contra a BHP na Austrália por cerca de 3.000 investidores em julho de 2018.

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