Economia

Mais de 8 milhões de brasileiros trabalham em condição inferior à prometida

Em meio à votação da reforma trabalhista, pesquisa do IBGE mostra que as mulheres jovens, pretas e pardas são as mais afetadas pela precarização

Dados do IBGE mostram que às vezes nem mesmo o legislado se cumpre
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Mais de 8,3 milhões de brasileiros (16,1% do total) consideram que as condições de trabalho que encontraram no emprego atual estão abaixo do que foi prometido por seus empregadores no ato de recrutamento. As mulheres, jovens, pretas e pardas, sem instrução, são as mais impactadas. 

Homens brancos com mais de 50 anos de idade e com pelo menos o ensino superior completo estão na outra ponta  os mais satisfeitos possuem carteira assinada (79,4%), recebem mais de cinco salários mínimos (90%) e têm jornada regular de trabalho (78,4%).

Os dados foram levantados pela primeira vez na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Aspectos das Relações de Trabalho e Sindicalização 2015, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira 26.

Os dados surgem em meio à votação da reforma trabalhista que, dentre outras mudanças, propõe jornadas flexíveis, amplia possibilidades de trabalhar sem carteira assinada, e que o negociado entre empregados e empregadores prevaleça sobre a legislação, todos pontos contrários a quem se dizia satisfeito com seu trabalho.

Na prática, um número considerável de brasileiros já trabalha em condições inferiores às prometidas pelo empregador, com base na legislação em vigor. Os mais afetados, como já ocorre hoje, devem ser as mulheres jovens e negras, em uma área determinada do País. Dentre os insatisfeitos ou pouco satisfeitos, 41,3% dos trabalhadores se concentram em apenas duas grandes regiões, o Norte e o Nordeste. 

Um total de 6,2% dos trabalhadores ocupados disseram que a jornada de trabalho era na maioria das vezes superior ao que foi acordado previamente com o empregador, enquanto que 4,3% afirmam receber rendimentos abaixo do que tinham combinado anteriormente.

Leia a pesquisa do IBGE na íntegra:

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