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Bancos e restaurantes são incendiados em 18° protesto de “coletes amarelos” em Paris
O movimento dos “coletes amarelos” contesta a desigualdade na França desde meados de novembro


O 18° fim de semana de protestos dos “coletes amarelos” foi marcado por atos de violência e vandalismo nas ruas de Paris. Além dos confrontos com a polícia, vários estabelecimentos comerciais foram incendiados na capital francesa.
Os incidentes começaram cedo, às 10h30 no horário local (6h30 em Brasília), nas proximidades do Arco do Triunfo. Manifestantes construíram barricadas e atacaram carros da polícia, que reagiu com bombas de gás lacrimogêneo.
Manifestantes radicais, munidos de barras de ferro e de paralelepípedos, saquearam lojas e quebraram vitrines na região da avenida Champs-Elysées. O terraço do restaurante Fouquet’s, local frequentado por milionários, políticos e turistas, foi destruído. Os militantes também incendiaram bancas de jornal.
Na avenida Franklin Roosevelt, travessa da Champs-Elysées, uma agência bancária localizada no térreo de um edifício residencial foi incendiada. O banco Tarneaud fica praticamente em frente ao consulado do Brasil em Paris.
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Onze pessoas ficaram feridas no incêndio, incluindo dois policiais que entraram no prédio para ajudar a retirar os moradores. Segundo o Corpo de Bombeiros, uma mulher e seu bebê foram salvos das chamas depois de ficarem bloqueados no segundo andar do edifício.
“Os indivíduos que cometeram este ato não são manifestantes nem ativistas ultrarradicais, são assassinos”, tuitou o ministro francês do Interior, Christophe Castaner.
Macron esquia enquanto vandalismo toma conta de Paris
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O movimento dos “coletes amarelos”, que contesta a desigualdade na França desde meados de novembro, vinha perdendo força nas últimas semanas, mas o protesto desse sábado parece registrar uma retomada das manifestações. Segundo o ministro do Interior, Christophe Castaner, o protesto contava com 7 mil a 8 mil manifestantes, sendo 1.500 ultraviolentos. Às 16h (11h em Brasília), ele atualizou o balanço: 10 mil pessoas nas ruas de Paris, 14.500 em todo o país. Apenas na capital, mais de 100 pessoas foram detidas.
O presidente francês Emmanuel Macron está fora da cidade. Ao retornar na sexta-feira (15) de um giro de três dias pela África, Macron e a primeira-dama, Brigitte, decidiram passar o fim de semana em uma estação de esqui nos Pireneus. O chefe de Estado afirmou que precisava “recarregar as baterias”.
O primeiro-ministro francês Edouard Philippe foi até a avenida do Champs-Elysées no final da tarde. “Estamos enfrentando pessoas determinadas, que vieram aqui apenas para criar desordem. Queremos que todos sejam julgados e punidos”, declarou o chefe de governo.
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