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Ucrânia diz que não há ‘evidência plausível’ de ataque contra residência de Putin

Os russos afirmaram na segunda-feira que o local foi alvo de drones

Ucrânia diz que não há ‘evidência plausível’ de ataque contra residência de Putin
Ucrânia diz que não há ‘evidência plausível’ de ataque contra residência de Putin
O presidente da Rússia, Vladimir Putin – Foto: Mikhail Metzel/Pool/AFP
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A Rússia não apresentou “evidência plausível” para apoiar sua alegação de que a Ucrânia executou um ataque em larga escala com drones contra uma das residências do presidente Vladimir Putin, afirmou o chanceler ucraniano nesta terça-feira 30.

“Quase um dia se passou e a Rússia ainda não apresentou nenhuma evidência plausível para suas acusações sobre o suposto ‘ataque da Ucrânia à residência de Putin’. E não apresentarão. Porque não há nenhuma. Nenhum ataque do tipo aconteceu”, afirmou o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andriy Sybiga, na rede social X.

Também lamentou as condenações do suposto ataque por parte dos Emirados Árabes Unidos, Índia e Paquistão.

“Reações como essas diante das afirmações manipuladoras e infundadas da Rússia servem apenas à propaganda russa e encorajam Moscou a cometer mais atrocidades e mentiras”, acrescentou, antes de destacar que “minam o processo de paz construtivo que avança atualmente”.

A Rússia acusou a Ucrânia de ter atacado durante a madrugada de segunda-feira, com 91 drones, uma residência oficial de Putin na região de Nóvgorod, entre Moscou e São Petersburgo.

O Kremlin afirmou que sua postura nas negociações sobre o conflito na Ucrânia sofrerá um “endurecimento” em consequência do suposto ataque, ao mesmo tempo em que se recusou a apresentar evidências, como pede a Ucrânia, porque todos os drones “foram abatidos”.

“Não acredito que deva haver qualquer evidência de que um ataque em larga escala com drones tenha sido executado e que, graças ao trabalho bem coordenado do sistema de defesa aérea, foram derrubados”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

Ele acrescentou que seria necessário perguntar ao Ministério da Defesa se há possíveis destroços.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e seu homólogo americano, Donald Trump, se reuniram no domingo na Flórida para buscar uma resolução do conflito, quase quatro anos após o início da invasão russa da Ucrânia.

Zelensky chamou as acusações do ataque com drones de “mentira”, com o objetivo, segundo ele, de preparar novas ações contra Kiev e “minar” os esforços diplomáticos entre Ucrânia e Estados Unidos.

Nesta terça-feira, as autoridades da região de Chernihiv, no norte da Ucrânia, ordenaram a evacuação de 14 localidades próximas da fronteira com Belarus devido aos bombardeios russos.

“O Conselho de Defesa decidiu evacuar 14 vilarejos fronteiriços, onde ainda vivem 300 pessoas”, declarou o comandante da administração militar regional, Viacheslav Chaus, ao destacar que “a zona fronteiriça é bombardeada todos os dias”.

Rússia anuncia ‘endurecimento’ em negociações

O Kremlin anunciou que sua postura nas negociações sobre o conflito na Ucrânia sofrerá um “endurecimento”, após o suposto ataque à residência de Putin.

“As consequências se traduzirão em um endurecimento da postura de negociação da Federação da Rússia”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, em sua entrevista coletiva diária.

“Não acredito que deva haver qualquer evidência de que um ataque em larga escala com drones tenha sido executado e que, graças ao trabalho bem coordenado do sistema de defesa aérea, foi derrubado”, afirmou, após a exigência de Kiev para que Moscou apresentasse indícios da suposta agressão.

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