Mundo
Guiné realiza eleições com líder da junta militar como favorito
A Guiné é um país rico em minerais, mas onde 52% dos habitantes vivem abaixo da linha da pobreza, segundo estatísticas do Banco Mundial
A Guiné vota, neste domingo 28, em eleições presidenciais nas quais o general que chefia a junta militar de governo disputa como favorito.
O general Mamadi Doumbouya descumpriu a promessa de se afastar do poder e que o país voltasse a ser governado por civis no fim de 2024 e concorre nestas eleições, nas quais os principais opositores foram vetados.
A oposição convocou um boicote do pleito, organizado mais de quatro anos depois do golpe de Estado de setembro de 2021, que derrubou o presidente Alpha Condé, que estava no poder desde 2010.
Cerca de 6,8 milhões de pessoas podem votar nestas eleições, nas quais o general Doumbouya, de 41 anos, concorre como independente.
As urnas fecham às 18h GMT (15h de Brasília) e se espera que os resultados sejam publicados em 48 horas.
O alto comissário para os Direitos Humanos na ONU, Volker Turk, afirmou, na sexta-feira, que a campanha foi marcada “pela intimidação da oposição, por desaparecimentos forçados aparentemente por motivos políticos e restrições à mídia”.
A Guiné é um país rico em minerais, mas onde 52% dos habitantes vivem abaixo da linha da pobreza, segundo estatísticas do Banco Mundial.
O país aprovou uma nova Constituição em um referendo celebrado em setembro, que foi boicotado pela oposição.
Esta nova Carta Magna permite que membros da junta como Doumbouya se apresentem às eleições e aumenta o mandato presidencial de cinco para sete anos, com uma reeleição.
O líder da oposição Cellou Dalein, ex-primeiro-ministro, qualificou a eleição com uma “farsa” que busca dar legitimidade a “um confisco orquestrado do poder”.
Diallo é um dos três políticos da oposição vetados de participar das eleições.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.


