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Polícia prende ex-PM acusado de chefiar milícia rural no oeste da Bahia

Prisão se deu no bojo da Operação Terra Justa, que investiga grupo responsável por ameaçar e expulsar comunidades tradicionais no interior do estado

Polícia prende ex-PM acusado de chefiar milícia rural no oeste da Bahia
Polícia prende ex-PM acusado de chefiar milícia rural no oeste da Bahia
Divulgação PMBA
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A Polícia Civil da Bahia prendeu, nesta terça-feira 23, um sargento reformado da Polícia Militar acusado de liderar uma milícia rural que há décadas atua em cidades do oeste baiano. Carlos Erlani Gonçalves dos Santos foi detido após o Tribunal de Justiça voltar atrás e revogar uma decisão que concedeu liberdade provisória ao ex-PM.

De acordo com as investigações do Ministério Público, o grupo supostamente chefiado por Carlos Erlani utilizava empresas de fachada com registro de segurança privada para prestar serviços a grandes fazendeiros da região, praticando ameaças, lesões corporais e grilagem de terras contra comunidades tradicionais de fundo e fecho de pasto na Bahia.

O homem havia sido preso em abril, no bojo da Operação Terra Justa. Ele foi denunciado na primeira fase da operação pelo crime de milícia armada. Em uma segunda etapa, passou a responder também por organização criminosa e lavagem de capitais, mas ainda assim acabou solto por decisão da Justiça baiana.

Após um recurso da Promotoria, o TJ voltou atrás no seu entendimento. Os promotores do Gaeco apontaram indícios de movimentações financeiras incompatíveis com a renda declarada pelo acusado, ultrapassando 29 milhões entre 2021 e 2024. O órgão mencionou ainda indícios de negociações de armamento pesado e práticas de “pistolagem”.

Também foi pontuado que a soltura ignorou “a gravidade concreta das condutas e a periculosidade do agente, apontado como líder de uma milícia armada com atuação estável e permanente”, e que a liberdade do ex-PM representaria “risco à ordem pública, à instrução criminal e à segurança das vítimas e testemunhas”, além da possibilidade de rearticulação do grupo.

A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Carlos Erlani para comentários. O espaço segue aberto.

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