Mundo
China anuncia tarifas temporárias de até 42,7% para laticínios da UE
As autoridades chinesas investigam desde 2024 os subsídios a produtos lácteos europeus; UE afirma que as análises se baseiam em ‘alegações discutíveis’
A China anunciou, nesta segunda-feira 22, que implementará tarifas temporárias sobre alguns “produtos lácteos” da União Europeia (UE), uma medida que aumentou a tensão comercial com o bloco, que considera as medidas “injustificáveis”.
Os “depósitos tarifários”, que variam entre 21,9% e 42,7%, entram em vigor na terça-feira 23 e afetam uma série de produtos, incluindo queijo fresco e processado, queijo azul e alguns tipos de leite e creme, informou o Ministério do Comércio de Pequim em um comunicado.
As autoridades chinesas iniciaram uma investigação sobre subsídios aos produtos em agosto de 2024, após um pedido da Associação Chinesa de Laticínios. A investigação terminará em fevereiro.
O Ministério do Comércio da China afirmou que as conclusões preliminares indicam uma ligação entre os subsídios da UE e “danos substanciais” à sua indústria nacional de laticínios.
O porta-voz da Comissão Europeia, Olof Gill, declarou, no entanto, que a análise do Executivo europeu “é que esta investigação se baseia em alegações discutíveis e evidências insuficientes e que, em consequência, as medidas são injustificáveis e infundadas”.
O anúncio das autoridades chinesas acontece após Pequim ter adotado na semana passada “tarifas antidumping” às importações de carne suína da UE por cinco anos.
As tarifas entraram em vigor em 17 de dezembro e variam entre 4,9% e 19,8%, uma redução na comparação com as taxas temporárias de 15,6% a 62,4% que estavam em vigor desde setembro.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.



