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Em reunião do Mercosul, Milei contraria Lula e defende ação dos EUA na Venezuela
O presidente brasileiro, mais cedo, alertou para uma possível ‘catástrofe’ que pode ser gerada pela escalada na crise entre Trump e Maduro
O presidente da Argentina, Javier Milei, usou parte do seu discurso durante a reunião de cúpula do Mercosul para defender a ação dos Estados Unidos na Venezuela. A declaração lida neste sábado 20 contraria o discurso proferido por Lula (PT), presidente do bloco, minutos antes.
“A Argentina acolhe com satisfação a pressão dos Estados Unidos e de Donald Trump para libertar o povo venezuelano”, disse Milei após chamar Nicolás Maduro de ditador e narcoterrorista, repetindo termos usados pelo presidente dos EUA.
“O tempo da timidez nesta questão já passou. Exortamos também todos os outros membros do bloco a apoiarem esta posição e a condenarem inequivocamente esta experiência autoritária”, seguiu o argentino.
Mais adiante, voltou a mencionar a Venezuela ao celebrar o prêmio Nobel da Paz entregue a María Corina Machado, principal opositora de Maduro.
Pouco antes do discurso de Milei, Lula havia criticado a crise instalada entre EUA e Venezuela. O presidente brasileiro, que passou o comando do Mercosul ao Paraguai neste sábado, alertou para uma possível “catástrofe” uma eventual intervenção armada no país latino.
Lula também afirmou que a região voltou a ser “assombrada” por uma potência militar, em referência aos EUA, e disse que as ações ameaçam a soberania da região.
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