Mundo
Novos ataques dos EUA contra supostas ‘narcolanchas’ no Pacífico deixam 5 mortos
O governo Trump não tem apresentado provas de que embarcações pertencem a criminosos. A lei internacional também proíbe este tipo de ataque
O Exército dos Estados Unidos anunciou na quinta-feira 18 a morte de cinco supostos “narcoterroristas” em dois ataques contra embarcações no Pacífico, o que eleva para 104 o número de vítimas desde o início da campanha antidrogas de Washington na região.
“A inteligência confirmou que as embarcações transitavam por rotas conhecidas do narcotráfico no Pacífico Oriental e estavam envolvidas em operações de narcotráfico. Um total de cinco homens narcoterroristas morreram durante as ações”, afirmou o Comando Sul em sua conta na rede social X.
Três pessoas morreram no primeiro ataque e duas na segunda embarcação, informou o Exército.
Segundo uma contagem da AFP baseada nas informações oficiais, o número de mortos nos bombardeios dos Estados Unidos no Pacífico e no Caribe subiu para 104.
O governo do presidente Donald Trump não apresentou evidências de que as embarcações estariam envolvidas com o narcotráfico, o que provocou um intenso debate sobre o aspecto legal das operações.
A ONU, especialistas e ONGs questionam a legalidade das operações.
Congressistas da oposição democrata, mas também da maioria republicana, consideram que o presidente não tem autoridade legal para ordenar os ataques.
Contudo, a Câmara dos Representantes rejeitou na quarta-feira 17 dois textos que buscavam regulamentar por lei as operações. No Senado, medidas similares também fracassaram.
A campanha acontece no momento em que o governo dos Estados Unidos aumenta a pressão sobre o presidente venezuelano Nicolás Maduro, acusado de liderar uma rede de narcotráfico.
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