Mundo
Greve de funcionários do Louvre prossegue, mas museu reabre parcialmente
Cerca de 300 trabalhadores votaram pela continuidade do protesto iniciado na segunda-feira
O Museu do Louvre, em Paris, reabriu parcialmente suas portas nesta quarta-feira 17, apesar de uma greve de seus funcionários, segundo a administração e jornalistas da AFP presentes no local.
“Nem todas as áreas estão acessíveis, mas o museu está aberto e os primeiros visitantes estão entrando”, afirmou a administração da renomada galeria de arte parisiense à AFP.
A administração informou que o “tour das obras-primas”, que inclui a Mona Lisa, a Vênus de Milo e a Vitória de Samotrácia, já está aberto ao público.
Pouco antes, cerca de 300 funcionários votaram pelo segundo dia de greve nesta quarta-feira – após o primeiro dia na segunda-feira – para exigir melhores condições de trabalho.
“As propostas do Ministério da Cultura foram consideradas insuficientes e inaceitáveis pelos funcionários”, escreveu o sindicato CGT no Instagram.
O primeiro dia da greve ocorreu na segunda-feira. Terça-feira é o dia de fechamento semanal do museu.
O Louvre, que recebeu quase nove milhões de visitantes em 2024, está no centro das atenções desde o roubo espetacular de 19 de outubro, quando quatro homens invadiram o local por uma janela e fugiram com diversas joias avaliadas em mais de 100 milhões de dólares (545 milhões de reais) em poucos minutos.
Uma representante do sindicato CFDT, Valérie Baud, alertou especificamente para o risco de reabrir o museu nessas condições.
“Não seria aconselhável que a direção do Louvre colocasse em risco a segurança da instituição”, afirmou.
O museu também teve que fechar uma galeria em novembro devido à deterioração do edifício e sofreu um vazamento de água há algumas semanas que danificou centenas de obras na biblioteca de Antiguidades Egípcias.
Reunião com Ministério da Cultura
Os funcionários do museu protestam contra a falta de pessoal, a deterioração do prédio e o aumento do preço dos ingressos para não europeus, segundo os sindicatos.
No final de novembro, o Louvre decidiu aumentar o preço da entrada para residentes de fora do Espaço Econômico Europeu. A partir de 14 de janeiro, eles terão que pagar 32 euros (205 reais), em vez dos atuais 22 euros (141 reais), o que representa um aumento de 45%.
Jodie Bell, uma turista australiana de 51 anos, estava em frente à famosa pirâmide do lado de fora do museu nesta quarta-feira.
“É uma experiência cultural francesa inesperada!”, comentou, apontando para as faixas do sindicato.
O anúncio da prorrogação da greve foi recebido com algumas vaias, embora algumas pessoas tenham se mostrado solidárias.
“Não estou com raiva porque respeito os trabalhadores e eles devem defender seus direitos”, declarou Maximilian Cimander, um estudante alemão de 23 anos.
Uma reunião de emergência foi realizada na segunda-feira com representantes sindicais no Ministério da Cultura.
Além de cancelar o corte orçamentário planejado de 5,7 milhões de euros (36,5 milhões de reais) para o Louvre em 2026, o ministério propôs a redistribuição de funcionários e a abertura de processos seletivos específicos para cargos de recepção e vigilância do museu.
Também se comprometeu a pagar uma bonificação excepcional, enquanto os sindicatos exigem um aumento salarial permanente.
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