Política

De olho nas eleições, 22 ministros devem deixar o governo Lula no início de 2026; veja a lista

A debandada deve ser debatida nesta quarta-feira, na última reunião ministerial do ano

De olho nas eleições, 22 ministros devem deixar o governo Lula no início de 2026; veja a lista
De olho nas eleições, 22 ministros devem deixar o governo Lula no início de 2026; veja a lista
Reunião ministerial em 20 de janeiro de 2025. Foto: Ricardo Stuckert/PR
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Eleições 2026

O presidente Lula (PT) reúne na quarta-feira 17 sua equipe ministerial para a última reunião do ano, na Granja do Torto, em Brasília. O encontro deve tratar do balanço dos três anos de governo, das entregas previstas para 2026 e, principalmente, do planejamento das saídas de ministros que pretendem disputar as eleições do próximo ano.

O prazo legal de desincompatibilização termina no início de abril, seis meses antes do primeiro turno. Ao todo, 22 ministros podem deixar o governo até lá.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já sinalizou que deve deixar o cargo em fevereiro para coordenar a campanha de Lula à reeleição. Além dele, outros 19 ministros avaliam disputar cargos nos governos estaduais, Senado ou Câmara dos Deputados. Outros dois integrantes da Esplanada também devem pedir baixa, por outros motivos, neste período.

Governos estaduais

Mesmo ocupando a Vice-Presidência da República, Geraldo Alckmin (PSB) deve deixar o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços para concorrer como vice na chapa de Lula ou disputar o governo de São Paulo.

Também são cotados para governos estaduais:

  • Renan Filho (MDB), ministro dos Transportes, em Alagoas;
  • Márcio França (PSB), ministro do Empreendedorismo, em São Paulo, caso Alckmin permaneça na chapa presidencial.

Senado

O governo mapeia uma ampla lista de ministros interessados em disputar o Senado:

  • Simone Tebet (MDB), Planejamento e Orçamento, por Mato Grosso do Sul ou São Paulo;
  • Anielle Franco (PT), Igualdade Racial, pelo Rio de Janeiro;
  • Marina Silva (Rede), Meio Ambiente, por São Paulo;
  • Alexandre Silveira (PSD), Minas e Energia, por Minas Gerais;
  • Carlos Fávaro (PSD), Agricultura, por Mato Grosso;
  • Silvio Costa Filho (Republicanos), Portos e Aeroportos, por Pernambuco;
  • Rui Costa (PT), Casa Civil, pela Bahia;
  • André Fufuca (PP), Esportes, pelo Maranhão;
  • Celso Sabino (sem partido), Turismo, pelo Pará.

Fufuca e Sabino enfrentaram pressões de seus partidos para deixar o governo, mas optaram por permanecer. Ambos avaliaram que o apoio de Lula teria mais peso eleitoral do que a filiação a partidos do Centrão. Sabino foi expulso do União Brasil em 8 de dezembro; Fufuca ainda aguarda definição.

A multiplicidade de pré-candidaturas ao Senado indica que a ampliação da bancada governista na Casa é uma das prioridades de Lula para 2026. O movimento ocorre em paralelo à estratégia de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que buscam maioria no Senado para avançar pautas da extrema-direita como pedidos de impeachment de ministros do STF.

Câmara

Entre os ministros que podem disputar vagas na Câmara estão:

  • Luiz Marinho (PT), Trabalho, por São Paulo;
  • Wolney Queiroz (PDT), Previdência, por Pernambuco;
  • Sônia Guajajara (PSOL), Povos Indígenas, por São Paulo;
  • André de Paula (PSD), Pesca, por Pernambuco;
  • Paulo Teixeira (PT), Desenvolvimento Agrário, por São Paulo;
  • Jader Filho (MDB), Cidades, pelo Pará;
  • Gleisi Hoffmann (PT), Relações Institucionais, pelo Paraná.

Outras saídas

Além das candidaturas, outras duas mudanças são esperadas. O ministro da Defesa, José Múcio, já pediu demissão há meses e permanece no cargo a pedido de Lula. Já o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, deve deixar o governo para atuar como responsável pelo marketing da campanha à reeleição do presidente.

Lula também deve encarar no início de 2026 a missão de escolher quem substituirá Jorge Messias no comando da advocacia-geral da União. Ele foi indicado ao Supremo Tribunal Federal e tem sabatina prevista para fevereiro. Assim que aprovado, deve deixar o governo para assumir o novo cargo. A mudança não tem relação direta com a eleição e, por isso, não foi considerada no levantamento. 

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