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Colômbia não descarta asilo a Maduro se ele deixar o poder, diz chanceler
O presidente Gustavo Petro afirmou nesta semana que é ‘hora de uma anistia geral e de um governo de transição’ em Caracas
A Colômbia não descarta dar asilo ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, se ele concordar em deixar o poder em meio a pressões dos Estados Unidos, assegurou a chanceler colombiana nesta quinta-feira 11.
O presidente colombiano, Gustavo Petro (de esquerda), pede uma transição democrática em Caracas, diante de tensões entre Maduro e seu par americano, Donald Trump.
A chanceler colombiana, Rosa Villavicencio, declarou que seu país poderia dar asilo ao presidente venezuelano caso chegue a um acordo com Washington.
“Se essa saída implicar que ele deve viver em outro país ou pedir proteção, então a Colômbia não teria por que lhe dizer não”, disse a diplomata em entrevista à rádio Caracol.
Na quarta-feira, Petro assegurou que é “hora de uma anistia geral e de um governo de transição” na Venezuela.
Villavicencio insistiu em que essa “seria uma solução para a situação” que a região vive no âmbito da mobilização militar dos Estados Unidos no Caribe para combater o narcotráfico. Maduro denuncia que essa estratégia tem como objetivo derrubá-lo.
“Mas [essa] é uma decisão que os Estados Unidos e o governo Maduro devem tomar em uma negociação”, insistiu a chanceler.
Embora tenha oferecido asilo, Villavicencio assegurou que o presidente venezuelano talvez preferisse escolher um lugar “mais distante e mais tranquilo” para morar se deixar Caracas.
A posição de Petro, aliado de Maduro e crítico de Trump, coincide com a entrega em Oslo do Nobel da Paz para a líder opositora venezuelana María Corina Machado.
Em novembro, a chanceler Villavicencio disse à Bloomberg que Maduro estava “prestes a aceitar” uma “transição” após alcançar um acordo no qual foi estipulado que não iria “para a prisão”.
Depois, afirmou que suas palavras foram mal interpretadas.
A Colômbia não reconheceu as eleições de 2024 na Venezuela, nas quais Maduro foi eleito pela terceira vez, mas mantém relações diplomáticas com Caracas.
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