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OMS afasta qualquer relação entre vacinas e autismo

A entidade contraria a teoria difundida pela principal agência sanitária dos Estados Unidos sob o governo de Donald Trump

OMS afasta qualquer relação entre vacinas e autismo
OMS afasta qualquer relação entre vacinas e autismo
Tedros Adhanom Ghebreyesus Foto: Fabrice COFFRINI / AFP
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Um novo parecer da OMS concluiu que não existe relação entre vacinas e autismo, contrariando a teoria difundida pela principal agência sanitária dos Estados Unidos, afirmou o chefe da Organização Mundial da Saúde nesta quinta-feira 11.

“Hoje, a OMS divulga uma nova análise do Comitê Consultivo Global sobre Segurança de Vacinas que, com base nos dados disponíveis, não estabeleceu nenhuma relação de causalidade entre vacinas e autismo“, declarou o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em entrevista coletiva em Genebra.

O comitê examinou 31 estudos realizados em vários países e publicados entre 2010 e 2025 para avaliar se poderia haver relação entre autismo e vacinas usadas na infância e na gravidez, que podem conter tiomersal, conservante utilizado em imunizantes, e adjuvantes à base de alumínio.

“O comitê concluiu que as evidências não mostram qualquer relação entre vacinas e autismo, inclusive aquelas que contêm alumínio ou tiomersal”, destacou o chefe da OMS.

Ele afirmou que este é o quarto exame do tipo, após análises semelhantes realizadas em 2002, 2004 e 2012. “Todos chegaram à mesma conclusão: vacinas não causam autismo”, insistiu Tedros, sublinhando que as imunizações salvam vidas.

Tedros acrescentou que “nos últimos 25 anos, a mortalidade de crianças menores de cinco anos caiu mais da metade, de 11 milhões de mortes anuais para 4,8 milhões”, e afirmou que as vacinas são “a principal razão” para essa redução.

A publicação desta análise ocorre no momento em que a principal agência sanitária dos Estados Unidos (CDC) passou a difundir uma teoria sobre supostas relações entre vacinas e autismo, uma mudança impulsionada por Robert Kennedy Jr., ministro da Saúde de Donald Trump.

Anos de pesquisa demonstraram que não existe relação de causalidade entre vacinas e autismo ou outros transtornos do desenvolvimento neurológico.

A teoria que relaciona a vacina contra sarampo, caxumba e rubéola (SCR) ao autismo tem origem em um estudo fraudulento publicado em 1998, posteriormente retirado e cujos resultados já foram desmentidos inúmeras vezes por pesquisas posteriores.

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