Do Micro Ao Macro

Armadilhas no crédito consignado preocupam consumidores e exigem atenção

Casos de golpes crescem no país e especialistas orientam como identificar armadilhas em ofertas de crédito consignado para reduzir riscos

Armadilhas no crédito consignado preocupam consumidores e exigem atenção
Armadilhas no crédito consignado preocupam consumidores e exigem atenção
Armadilhas no crédito consignado preocupam consumidores e exigem atenção Foto: Andrea Piacquadio/Pexels
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Os dados do primeiro semestre de 2025 mostram que consumidores enfrentam armadilhas cada vez mais frequentes no mercado de crédito. O Brasil registrou 6,9 milhões de tentativas de fraude, alta de 29,5% em relação ao ano anterior, segundo a Serasa Experian. Bancos e emissores de cartões concentraram 53,7% das ocorrências, enquanto 25,5% envolveram outros serviços financeiros.

O cenário é ainda mais sensível para o público idoso. O Relatório de Identidade e Fraude 2025 revela que metade dos brasileiros sofreu algum tipo de golpe em 2024. Entre pessoas com mais de 50 anos, 57% relatam ter caído em fraudes, muitas delas ligadas a crédito consignado.

Túlio Matos, CEO da iCred, afirma que a digitalização ampliou a conveniência, mas também abriu espaço para novos riscos. Ele alerta que ofertas com vantagens irreais e comunicações falsas estão entre as principais armadilhas enfrentadas pelos consumidores.

Ofertas vantajosas

A primeira orientação é desconfiar de propostas que prometem crédito liberado na hora ou taxas fora do padrão. Nenhuma instituição legítima concede empréstimo sem análise e checagem de identidade. Matos reforça que crédito rápido não significa crédito sem critérios.

Armadilhas nas solicitações de dados

Golpistas se passam por representantes de empresas para obter dados sensíveis. A recomendação é nunca informar CPF, número de benefício ou senhas por telefone, redes sociais ou WhatsApp. Em qualquer dúvida, o consumidor deve encerrar o contato e buscar canais oficiais.

Armadilhas ao contratar empresas não autorizadas

Antes de firmar qualquer operação, é preciso consultar o registro da empresa no Banco Central. A verificação evita fraudes aplicadas por falsos correspondentes bancários. Matos aponta que essa etapa simples ainda é ignorada por muitos consumidores.

Contratos apressados

A leitura completa do contrato é indispensável. O documento deve trazer taxa de juros, número de parcelas e valor líquido. Qualquer divergência deve interromper a negociação. Pressão para assinar é sinal claro de risco.

Taxas antecipadas

Nenhuma empresa séria cobra valores antecipados para liberar crédito. Pedidos de depósitos para supostos custos administrativos indicam golpe. Matos lembra que esse tipo de abordagem continua sendo uma das fraudes mais comuns.

Importância de educação financeira

Segundo Matos, o crédito consignado pode ser útil quando operado com segurança. Ele afirma que o papel das fintechs é oferecer informação e orientar consumidores para evitar armadilhas, garantindo acesso a soluções financeiras sem exposição desnecessária a riscos.

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