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Sabatina de Messias no Senado deve acontecer só em 2026, diz Randolfe
Integrantes do governo avaliam que o adiamento da sabatina dá ao Planalto a possibilidade de buscar uma reaproximação com a Casa
Líder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) admitiu nesta quinta-feira 4 que a sabatina do advogado-geral da União Jorge Messias, indicado ao Supremo Tribunal Federal, deve acontecer somente em 2026.
“A data de sabatina e de votação, pelo prazo exíguo que temos, torna inviável que tenhamos ainda este ano. É um tema que vamos tratar no ano que vem”, disse o petista a jornalistas. Mais cedo, após ser questionado pela imprensa, o amapaense disse que apenas o Orçamento de 2026 seria votado pelo Congresso antes do recesso legislativo.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), chegou a marcar a sabatina do AGU para 10 de dezembro, mas cancelou o calendário sob a justificativa de que o governo Lula ainda não oficializou a indicação à Casa Alta. A demora foi classificada por ele como “grave e sem precedentes”.
A escolha de Messias impactou negativamente a relação do governo com a cúpula do Senado, levantando dúvidas sobre a aprovação do AGU. Alcolumbre é o principal foco de resistência e defendia o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a sucessão de Luís Roberto Barroso.
Contrariado com a decisão do presidente, Alcolumbre agiu para articular a votação de Messias de forma que não houvesse tempo para a base do governo construir maioria para aprová-la. Por sua vez, o Palácio do Planalto postergou a entrega da mensagem formal ao Congresso Nacional.
Integrantes do governo avaliam que o adiamento da sabatina dá ao Planalto a possibilidade de buscar uma reaproximação. Além disso, garante que Messias consiga realizar o tradicional périplo aos gabinetes dos senadores em busca de apoios.
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