Política
MPF recorre de decisão que soltou Daniel Vorcaro, dono do Banco Master
A investigação contra Vorcaro e outros executivos mira uma suposta fraude contra o sistema financeiro que teria movimentado 12 bilhões de reais
O Ministério Público Federal recorreu nesta terça-feira 2 da decisão da desembargadora Solange Salgado da Silva, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que revogou a prisão de Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, e outros quatro executivos da instituição bancária.
Para o órgão, a prisão é necessária pela “gravidade do caso, diante de altíssima probabilidade de fuga e de violação da ordem pública, além de possível destruição de provas, ocultação de recursos e bens ainda não apreendidos”. As medidas cautelares, conforme o MPF, não seria suficientes para impedir os réus de cometerem novas irregularidades.
Na última sexta-feira 28, a juíza reconsiderou uma decisão anterior e substituiu o regime fechado de Vorcaro medidas cautelares, apesar de o Ministério Público ter se manifestado pela manutenção da prisão. “Reanalisando o caso à luz dos fatos novos e da documentação superveniente apresentada nos pedidos de reconsideração, verifico que não mais subsistem os requisitos para a manutenção da medida cautelar pessoal extrema, sendo atualmente cabível a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares diversas”, escreveu a desembargadora na nova decisão.
A investigação contra Vorcaro e outros executivos do Master mira uma suposta fraude contra o sistema financeiro que teria movimentado 12 bilhões de reais. O banqueiro foi preso no aeroporto de Guarulhos (SP) quando se preparava para embarcar para Malta, em 17 de novembro. A defesa alega que a viagem tinha como destino final os Emirados Árabes Unidos e estava relacionada ao processo de venda do banco.
No Supremo Tribunal Federal, o ministro Dias Toffoli decretou nesta terça um sigilo de nível três — em uma escala até quatro — sobre o caso de Daniel Vorcaro, dono do Banco Master. A defesa solicitou que tramite no STF a investigação em que Vorcaro é suspeito de integrar um esquema de “fabricação” de títulos de crédito.
Atualmente, a responsabilidade é da Justiça Federal de Brasília. Uma menção ao deputado João Carlos Bacelar (PL-BA) em um dos documentos apreendidos na apuração justificaria a mudança de competência.
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