Black Friday 2025 foi a maior de preocupação com segurança

A Black Friday de 2025 revelou que a segurança dominou as decisões de compra. Segundo o Reclame AQUI, o período entre 26 e 28 de novembro registrou 14 mil reclamações, praticamente o mesmo volume do ano anterior.

A estabilidade numérica indica que o público concentrou as transações em empresas reconhecidas, priorizando histórico e confiabilidade para evitar fraudes.

Logo após o fechamento do levantamento, metade das dez empresas com mais registros eram marketplaces tradicionais, como Amazon, Mercado Livre, Magazine Luiza, Americanas e Casas Bahia, além da Shopee. A presença dessas marcas no topo reflete o local onde as compras se concentraram, e não necessariamente falhas operacionais.

Segurança pauta a Black Friday

O Reclame AQUI apurou que 42% dos consumidores identificaram anúncios criados por ferramentas de Inteligência Artificial durante a Black Friday. Esse movimento ampliou a desconfiança em ofertas de origem desconhecida.

Em novembro, 76,8 mil links foram verificados no Detector de Site Confiável, utilizado por 646 mil pessoas, com quase 50 mil sites classificados com suspeita de golpe.

Edu Neves, CEO e cofundador do Reclame AQUI, afirma que a forma mais eficaz de evitar fraudes é observar reputação, atendimento e continuidade das empresas. Ele aponta que golpistas atuam com sites temporários voltados a produtos de maior valor financeiro ou emocional, como eletrodomésticos, pacotes de viagem, smartphones e tênis.

Pressão em setores específicos

O foco na segurança direcionou o tráfego para empresas maiores. Esse movimento explica por que marketplaces lideraram as queixas. Em outros setores, problemas distintos apareceram.

O McDonald’s recebeu reclamações por causa do volume gerado por promoções de lanches. No turismo, o Grupo Amarante registrou múltiplas cobranças sem emissão de voucher, além de cancelamentos e alterações de tarifas. Natura e Granado enfrentaram alta procura, o que pressionou seus canais de venda e atendimento.

Os principais motivos de reclamação foram atraso na entrega, produto não recebido, propaganda enganosa, estorno e cobrança indevida. Entre os produtos mais citados estiveram tênis, celulares, cartões de crédito, assinaturas e TVs.

O comportamento que deve influenciar 2026

A Black Friday de 2025 mostrou que a confiança passou a ser elemento decisório. O consumidor manteve a intenção de compra, mas escolheu empresas com reputação estruturada. Entre as dez marcas mais reclamadas, oito possuem reputação “RA1000”, “Ótimo” ou “Bom”, uma está classificada como “Regular” e uma aparece como “Não Recomendada”.

Os dados sugerem que, diante dos riscos digitais ampliados por deepfakes e anúncios de IA, o público adotou uma postura mais cautelosa — tendência que deve guiar as escolhas na próxima Black Friday.

A Black Friday da “aposta no certo”: receio de golpes consolida preferência do consumidor nas grandes varejistas