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Congressistas democratas acusam Trump de usar o FBI para ‘intimidá-los’
O FBI recusou-se a fazer comentários sobre a acusação. A Casa Branca também não respondeu aos questionamentos sobre o assunto
Congressistas democratas dos Estados Unidos acusaram o presidente Donald Trump de usar o FBI para “intimidar” membros do Capitólio e disseram que os agentes tentaram interrogá-los após suas críticas ao presidente.
Os legisladores estão entre os seis que pediram neste mês, em um vídeo, a militares e agentes de inteligência que rejeitem qualquer “ordem ilegal” de Trump.
O presidente os chamou de “traidores” e disse que haviam cometido “sedição”.
“O presidente Trump está utilizando o FBI como uma ferramenta para intimidar e assediar os membros do Congresso”, afirmaram em um comunicado Jason Crow, Chris Deluzio, Maggie Goodlander e Chrissy Houlahan, todos democratas da Câmara dos Representantes.
“Nenhuma intimidação ou assédio jamais nos impedirá de fazer nosso trabalho e honrar nossa Constituição”, acrescentaram, após informar que o FBI entrou em contato na segunda-feira com funcionários do Congresso para solicitar conversar com eles.
Os congressistas não esclarecem na gravação a que ordens se referem, mas Trump é questionado pelo envio da Guarda Nacional a várias cidades americanas e pelos ataques no Caribe e no Pacífico contra supostas embarcações de narcotraficantes, que deixaram mais de 80 mortos.
O FBI recusou-se a fazer comentários. A Casa Branca não respondeu imediatamente às consultas sobre o assunto.
O Pentágono anunciou na segunda-feira que avaliava submeter a um tribunal militar o senador democrata Mark Kelly, ex-astronauta e ex-piloto da Marinha que também apareceu no vídeo.
Kelly, uma das figuras emergentes para as presidenciais de 2028, respondeu que não seria intimidado nem “silenciado por valentões”.
Trump inicialmente acusou o grupo de democratas de “conduta sediciosa, punível com a morte”. No fim de semana, disse em suas redes sociais que os “traidores” que pediram às tropas que o desobedecessem “deveriam estar na prisão”.
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