Do Micro Ao Macro
Benefícios deixam de ser tendência e viram estratégia de RH
Pesquisas internacionais mostram como benefícios influenciam satisfação, diversidade, custos de saúde e desempenho nas empresas em 2026.
A discussão sobre benefícios corporativos ganhou novo peso na virada para 2026. Dados da pesquisa “Benefícios Corporativos 2025”, da Robert Half, mostram que 57% dos profissionais estão satisfeitos com os pacotes atuais, mas 76% desejam mudanças. Além disso, 84% dos trabalhadores querem escolher os pacotes personalizados, enquanto apenas 21% têm essa opção.
Logo depois, o estudo “Tendências em RH para 2025”, produzido pela Pluxee, reforça a importância do tema ao indicar que empresas com diversidade elevada na América Latina registram lucratividade 27% maior. O resultado conecta práticas de RH — como inclusão, cultura e gestão de benefícios — ao desempenho financeiro.
Segundo Gustavo Chehara, CEO e fundador da Joyn Benefícios, a personalização tornou-se um fator decisivo. Ele observa que pacotes genéricos deixaram de atender às expectativas. “Os trabalhadores esperam programas que estejam alinhados ao momento de vida de cada um. Empresas que compreenderem isso saem na frente na atração e retenção”, afirma.
Pressão por benefícios
Nos Estados Unidos, o relatório “Key Trends in U.S. Benefits for 2024 and Beyond”, da Aon, revela que 38% das empresas priorizaram o controle dos custos de saúde em 2024. Em seguida aparecem investimentos em benefícios voltados à atração e retenção, à saúde integral das equipes e à ampliação do acesso a serviços médicos.
Além disso, o relatório indica que essas prioridades se mantiveram em 2025 e tendem a crescer em 2026. A inflação médica e a mudança no comportamento dos trabalhadores impulsionam essa expansão.
Efeito nos resultados
Chehara avalia que os levantamentos mostram uma mudança estrutural no papel dos vales. “O conjunto dos dados revela que benefícios passam a ser analisados como ferramentas estratégicas de negócio”, afirma.
A Joyn Benefícios, que atua com consultoria e redesenho de pacotes corporativos, observou o avanço dessa tendência. De acordo com ele, empresas que tratavam benefícios como custo passaram a buscar modelos mais eficientes. Isso envolve revisão de processos, controle financeiro e foco na experiência do trabalhador.
Mudança em curso
Segundo Chehara, políticas bem organizadas reduzem despesas, diminuem afastamentos e fortalecem a cultura interna. Há casos em que ajustes geram economia imediata e ampliam a satisfação das equipes.
Assim, o debate sobre benefícios ganha força em um momento em que empresas buscam competitividade por meio de eficiência e atenção às necessidades dos trabalhadores.
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