Mundo
EUA e Rússia se reúnem em Abu Dhabi para diálogos sobre a Ucrânia
Os encontros, que não haviam sido previamente revelados, acontecem após as reuniões realizadas no fim de semana na Suíça entre funcionários norte-americanos e ucranianos
O secretário do Exército dos Estados Unidos se reunirá com uma delegação da Rússia em Abu Dhabi nesta terça-feira 25, segundo a imprensa americana e britânica, poucos dias após as conversações com a Ucrânia em Genebra para tentar acabar com o conflito.
Dan Driscoll se reuniu com a delegação russa na segunda-feira e as conversas prosseguirão nesta terça-feira, informaram o canal ABC News e o jornal Financial Times, que citam como fonte um funcionário do governo americano.
Os encontros, que não haviam sido previamente revelados, acontecem após as reuniões realizadas no fim de semana na Suíça entre funcionários americanos e ucranianos.
O chefe da inteligência militar ucraniana, Kirilo Budanov, estaria presente nas conversas, informou o Financial Times, sem revelar os nomes dos funcionários russos participantes.
“Driscoll esteve muito envolvido no processo de paz nos últimos dias”, afirmou ao jornal britânico uma fonte do governo americano que não foi identificada.
“Obviamente, a Ucrânia sabe o que está acontecendo”, acrescentou a fonte.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, não negou nem confirmou os encontros. “Não tenho nada a dizer. Estamos acompanhando os relatos da imprensa”, disse.
O governo dos Estados Unidos pressiona a Ucrânia a aceitar sua proposta para encerrar a guerra, apesar de Kiev considerar que o plano faz muitas concessões a Moscou.
O plano proposto pelo presidente Donald Trump, originalmente de 28 pontos, sugeria que a Ucrânia cedesse os territórios de Donetsk e Luhansk e reduzisse seu exército, demandas que Kiev descreveu como inaceitáveis.
Representantes ucranianos, americanos e europeus se reuniram em Genebra no domingo para redigir uma versão “atualizada” do plano, mas o Kremlin respondeu na segunda-feira que não aceitaria as emendas europeias.
A Rússia iniciou a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022. Desde então, dezenas de milhares de civis e militares morreram e milhões de ucranianos foram forçados a abandonar suas casas.
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