O avanço do varejo em aeroporto modificou a rotina dos terminais brasileiros. A modernização dos espaços e o aumento do fluxo de passageiros ampliaram o interesse de franquias que buscam um público constante e disposto a consumir durante o trajeto. Para investidores, entender custos, operação e comportamento do passageiro é ponto decisivo antes da entrada nesse mercado.
Segundo Marcelo Cherto, fundador e presidente da Cherto Consultoria, o potencial de faturamento existe, mas a exigência operacional acompanha o movimento. Ele afirma que custos de ocupação tendem a ser superiores aos de shoppings e que a operação deve ser rápida e padronizada para atender passageiros com tempo limitado.
Aeroporto e avaliação de ponto
A análise do ponto vai além da movimentação geral. É necessário observar o fluxo após o raio-X, a ala do terminal e o tempo médio de permanência naquela área. Pesquisas internacionais indicam que entre 54% e 68% dos viajantes consomem alimentos e bebidas após o raio-X, enquanto de 11% a 37% realizam outras compras.
Custos fixos
Os contratos seguem lógica semelhante aos de empreendimentos de primeira linha: aluguel mínimo garantido ou percentual sobre as vendas brutas, taxa de condomínio e fundo de marketing. Para Cherto, o valor mais alto decorre do público cativo, já que o passageiro possui poucas alternativas dentro do terminal.
Aeroporto e implantação
Obras em terminais exigem materiais específicos, exaustão robusta e reformas realizadas à noite. Também podem exigir espaços de estoque internos, o que aumenta o investimento inicial e os custos operacionais.
Produtos e serviços ajustados ao passageiro
O mix deve priorizar formatos rápidos, cardápios organizados por período, embalagens práticas e processos que diminuam filas. Em alimentação, Cherto recomenda cardápios ágeis, sinalização objetiva e preços dinâmicos conforme horários de pico e baixa.
Equipe e eficiência
O atendimento precisa ser rápido e padronizado. Scripts curtos, programas de fidelização para tripulantes e trabalhadores do aeroporto, além de gestão de estoque com giro eficiente, ajudam a manter a operação estável mesmo nos momentos de maior fluxo.
No balanço final, Cherto avalia que operar em aeroporto exige preparo e entendimento profundo do ambiente, especialmente para manter eficiência diante de custos mais altos e da velocidade de consumo dos passageiros.



