Política
Pacheco diz a Lula que encerrará carreira política em 2026 e PT busca ‘plano B’ para disputa em Minas
O senador era um dos ‘supremáveis’ cotados, mas o presidente confirmou a intenção de escolher Jorge Messias para vaga no STF
O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) comunicou a Lula (PT), durante um jantar nesta segunda-feira 17, que deve deixar a política no final de 2026, com o término do mandato, e retomar a carreira como advogado. O parlamentar, que está em sua primeira passagem pela Casa, era a principal aposta do petista para a disputa à sucessão de Romeu Zema (Novo) em Minas Gerais.
Ambos se reuniram no Palácio do Alvorada no contexto da indicação do próximo ministro do Supremo Tribunal Federal. Pacheco era um dos ‘supremáveis’ cotados, mas, de acordo com relatos, o presidente comunicou ao senador sua intenção de escolher o advogado-geral da União Jorge Messias para a vaga aberta com a aposentadoria de Luís Roberto Barroso.
Formado em Direito, o parlamentar mineiro nunca escondeu a aspiração de chegar ao STF, segundo pessoas próximas. Seu nome chegou a circular nas apostas para a segunda indicação do presidente ao tribunal, mas acabou perdendo fôlego. Agora, Lula voltou a apostar no critério da confiança para escolher o próximo ministro.
No encontro, conforme o relato feito por Pacheco a aliados, Lula teria compreendido sua decisão de sair da vida pública. Interlocutores do petista, no entanto, dizem que, ao ouvir a intenção, o presidente reafirmou a força de Pacheco como cabo eleitoral em Minas, o aconselhou a refletir sobre tema e ouvir sua base política antes de bater o martelo.
Com mais de 16 milhões de eleitores e fama de “termômetro” nas presidenciais, o estado é um terreno eleitoral estratégico. O parlamentar era visto como um nome competitivo para o governo estadual por seu perfil moderado e pela boa relação com prefeitos de diferentes partidos, inclusive de direita. Daí o motivo de Lula insistir no senador como candidato para reforçar sua campanha à reeleição.
Enquanto pairam dúvidas sobre o futuro político de Pacheco, o PT busca um plano B. O objetivo é definir alianças e aparar eventuais arestas ainda neste ano. Cogitou-se, por exemplo, a prefeita de Contagem, Marília Campos, para concorrer a sucessão de Zema, mas ela declinou. A petista quer mesmo é disputar uma cadeira no Senado.
Uma alternativa seria apoiar o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil, hoje no PDT. Ele, aliás, se encontrará na semana que vem com Edinho Silva, comandante nacional do PT.
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