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Bloco de direita será a força majoritária no Congresso do Chile
Na disputa pela Presidência, Jeannette Jara (esquerda) e José Antônio Kast (extrema-direita) foram ao segundo turno
Os partidos de direita alinhados ao candidato José Antonio Kast, que disputará com Jeannette Jara (esquerda) o segundo turno presidencial no Chile, serão a força majoritária no Congresso após as eleições deste domingo 16, embora sem controle do Parlamento.
A direita e a extrema-direita deslocaram os partidos de centro-esquerda para a legislatura que começará em 11 de março, quando também tomará posse o próximo presidente.
Na Câmara dos Deputados, contarão com 76 dos 155 assentos, de acordo com a contagem oficial de 99,9% dos votos realizada pelo Serviço Eleitoral.
O Partido Republicano, de Kast, de extrema-direita, será a principal força na Câmara Baixa, onde terá 31 deputados. Na eleição anterior, havia conquistado nove representantes.
“O Partido Republicano teve uma grande votação, uma grande eleição. É o maior partido do Chile”, afirma Gonzalo Müller, diretor do Centro de Políticas Públicas da Universidade do Desenvolvimento.
No Senado, o partido passou de um assento obtido em 2021 para cinco.
Kast, advogado de 59 anos, ficou em segundo lugar atrás de Jara, de 51, no primeiro turno, em que os chilenos renovaram a Câmara dos Deputados e metade do Senado.
Ambos disputarão o segundo turno em 14 de dezembro.
A direita concorreu com três candidatos de diferentes forças, cujos resultados somados superam 50% dos votos emitidos no domingo, e as pesquisas preveem uma vitória de Kast no segundo turno.
No Senado, as forças de direita obtiveram 25 cadeiras, frente às 23 que terão os partidos de esquerda.
Kast recebeu na própria noite de domingo o apoio de outros dois candidatos de direita: a ex-prefeita Evelyn Matthei e o deputado Johannes Kaiser.
“As ideias de direita nunca tinham avançado tanto no Chile”, celebrou Jorge Alessandri, deputado reeleito da União Democrática Independente, o partido de Matthei.
Logo atrás de Jara e Kast ficou o economista de direita Franco Parisi, do Partido da Gente, um político antissistema que elegeu 14 deputados, mas nenhum senador, e que ainda não se pronunciou sobre nenhum dos candidatos vitoriosos no domingo.
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