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Universidade Federal de Sergipe aprova cotas para pessoas trans

A medida visa reduzir a exclusão dessa parcela da população na educação e no mercado de trabalho

Universidade Federal de Sergipe aprova cotas para pessoas trans
Universidade Federal de Sergipe aprova cotas para pessoas trans
O campus da UFS Professor Antônio Garcia Filho, localizado em Lagarto (SE) - Adilson Andrade/Ascom UFS
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Por unanimidade, o Conselho Ensino, da Pesquisa e da Extensão da Universidade Federal de Sergipe (Conepe/UFS) aprovou a adoção de cotas para pessoas transexuais e travestis. A política, que começa a valer em 2026, foi aprovada nesta segunda-feira 17 na esteira de medidas semelhantes em outros estados e visa reduzir a exclusão na educação e no mercado de trabalho.

As vagas serão supranumerárias, ou seja, acima do número de vagas estabelecido por turno de cada curso e preservarão a ampla concorrência e as demais ações afirmativas já existentes.

Dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) apontam que apenas 0,3% das pessoas trans no Brasil conseguem acessar o ensino superior.

“Essa conquista é resultado direto da mobilização de movimentos sociais, coletivos e pesquisadoras trans que há décadas reivindicam o direito de existir, estudar e sonhar com um futuro digno”, escreveu a entidade nas redes sociais após a decisão da UFS. “Seguiremos firmes na luta por cotas trans em todas as universidades do Brasil. Porque enquanto houver exclusão, haverá resistência”.

A deputada estadual Linda Brasil (PSOL), primeira mulher trans da história do Legislativo sergipano, também celebrou a iniciativa e classificou a medida como ‘histórica’. “As cotas representam uma política pública de reparação mais ampla, que inclui a emancipação de uma parcela da população cuja perspectiva é ser empurrada compulsoriamente à prostituição”, destacou. “Não é privilégio, é justiça social”, completou a parlamentar.

Vice-reitora da UFS, Silvana Bretas disse que a medida é um “princípio democrático” e afirmou que a instituição também implementará “políticas para garantir permanência desses estudantes, para que eles possam não somente entrar, mas concluir o curso”.

Hoje, no Brasil, são pelo menos 30 universidades federais que adotam a política afirmativa a partir da graduação. A pioneira foi a Universidade Federal do Sul da Bahia. De lá pra cá, outras instituições tomaram medidas semelhantes, à luz da pressão de movimentos sociais. Somente neste ano, Unicamp, UFABC, UnB e UFF anunciaram a implementação das cotas.

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