Mundo
EUA devem responder proposta do Brasil sobre tarifaço nos próximos dias, diz Mauro Vieira
O chanceler brasileiro disse que o encontro com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, serviu para discutir os marcos gerais de um futuro acerto
O chanceler Mauro Vieira afirmou nesta quinta-feira 13 que o Brasil espera uma resposta dos Estados Unidos até o final de novembro sobre o “mapa do caminho” para solucionar o impasse sobre o tarifaço imposto pelo governo de Donald Trump. As declarações ocorreram após o encontro do brasileiro com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, no Canadá.
“Apresentamos nossas propostas para a solução das questões. Agora estamos esperando que eles nos respondam”, disse Vieira, acrescentando que a resposta pode vir “muito rapidamente”.
De acordo com o Itamaraty, o chamado “mapa do caminho” terá o objetivo de guiar as discussões por até dois anos, até a conclusão de um acordo mais abrangente. “É uma demonstração do interesse do governo americano em solucionar as questões pendentes e de se aproximar do Brasil”, disse o ministro.
Vieira e Rubio se encontraram às margens de uma cúpula do G7. Na véspera, os dois tiveram um encontro informal durante o evento e combinaram a reunião presencial para discutir o fim do tarifaço.
À imprensa, o chanceler brasileiro disse que o encontro serviu apenas para discutir os marcos gerais de um futuro acerto.
As tratativas pela diminuição na sobretaxa tiveram início com o diálogo entre o presidente Lula e Trump em setembro, nos bastidores da Assembleia-Geral da ONU, em Nova York. Dias depois, os dois voltaram a conversar por telefone e, em 26 de outubro, se encontraram na Malásia.
Em Kuala Lumpur, houve uma sinalização de Trump quanto a discutir “soluções para as tarifas e as sanções contra as autoridades brasileiras”, segundo Lula informou após o encontro.
O magnata justificou o tarifaço, o cancelamento de vistos e a punição ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes pela Lei Magnitsky como uma resposta ao que a Casa Branca classificou de “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), às vésperas do julgamento da tentativa de golpe de Estado.
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