Do Micro Ao Macro
Competitividade excessiva eleva risco nas empresas e reduz engajamento
Estudo aponta que culturas de competitividade intensa aumentam em até 30% os riscos organizacionais e comprometem o bem-estar dos funcionários
Culturas corporativas marcadas pela competitividade intensa elevam em até 30% os riscos organizacionais, segundo levantamento exclusivo da Flora Insights. O estudo, realizado entre agosto e setembro de 2025, analisou a relação entre metas, reconhecimento e escuta ativa nas empresas e revelou que o ambiente competitivo pode afetar diretamente o bem-estar dos funcionários.
De acordo com a pesquisa, lideranças que priorizam apenas resultados imediatos, sem considerar o impacto sobre as equipes, criam um cenário de pressão constante e insegurança. Nessas condições, trabalhadores tendem a esconder erros por medo de punição, o que compromete o aprendizado interno e a qualidade das decisões.
Liderança e impacto na competitividade
A forma como líderes conduzem metas e reconhecem esforços influencia o nível de competitividade nas equipes. Ambientes com cobrança desproporcional e comparações constantes favorecem o surgimento de comportamentos de autoproteção, reduzindo a colaboração e a transparência.
O estudo indica também que o custo da competitividade excessiva é tanto humano, com aumento de casos de burnout e rotatividade, quanto operacional, pela perda de eficiência e de inovação. Quando há confiança e segurança psicológica, os times mantêm foco, criatividade e engajamento mais altos.
Escuta ativa como prevenção
Outro dado relevante mostra que quando as sugestões dos funcionários são consideradas, o sentimento de pertencimento cresce 33%. Para Ricardo Queiroz, CEO da Flora, criar espaços reais de escuta é uma das estratégias mais eficazes para reduzir riscos e detectar sinais de sobrecarga antes que se tornem problemas.
A pesquisa destaca que equilibrar metas e bem-estar é determinante para a sustentabilidade da performance. Times que se sentem ouvidos e respeitados mantêm níveis mais altos de engajamento e apresentam menor índice de afastamentos e pedidos de desligamento.
Flexibilidade e retenção de talentos
A competitividade também se relaciona à forma de gestão. Segundo o levantamento, oferecer flexibilidade aumenta o engajamento em 30%. Isso inclui ajustes de horário, priorização de entregas e modelos híbridos. Empresas que adotam essa postura ampliam sua capacidade de retenção e fortalecem a marca empregadora, enquanto gestões rígidas tendem a elevar os pedidos de demissão.
Para Queiroz, a liderança é o principal fator de influência no clima organizacional. “Líderes que equilibram metas com bem-estar reduzem riscos, fortalecem o engajamento e constroem confiança”, afirmou. A competitividade, quando moderada e aliada à colaboração, pode ser um motor de desempenho sustentável dentro das organizações.
Fonte: saúde mental
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