CartaExpressa
Moraes reafirma nulidade de diligências e STF começa sustentações orais no julgamento do Núcleo 3
O ministro rejeitou o argumento dos advogados de que teria havido limitação ao direito de defesa ou ao contraditório
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), reafirmou nesta terça-feira 11 que são nulas as diligências pedidas pelos advogados dos réus do chamado núcleo 3 da investigação sobre a trama golpista.
Moraes rejeitou o argumento das defesas de que teria havido limitação ao direito de defesa ou ao contraditório. Também manteve a decisão que negou seu próprio afastamento do caso, pedido pelos réus sob a alegação de que ele é citado nas investigações.
Durante a sessão, o ministro detalhou quais pedidos das defesas foram aceitos e quais foram recusados ao longo do processo. Disse ainda ter determinado à Polícia Federal que garantisse acesso integral a todas as provas aos advogados, e descartou a queixa de que o prazo para leitura do material teria sido insuficiente.
Após a leitura do relatório, o julgamento segue para as sustentações orais, que se iniciam com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, seguido pelos advogados dos réus. Em seguida, o ministro relator lerá seu voto, que será acompanhado pelos votos dos demais ministros da Primeira Turma: Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino, nesta ordem. Por fim, Moraes detalhará a proposta de tempo de pena para cada réu, que também será submetida à votação da Turma.
Os réus do núcleo 3 são acusados de elaborar os planos “Copa 2022” e “Punhal Verde e Amarelo”, que, segundo a investigação, tinham como objetivo monitorar e assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o próprio Moraes.
A Procuradoria-Geral da República pede a condenação de nove dos dez acusados. No caso de Ronald Ferreira, o órgão entende que ele participou apenas na elaboração e divulgação de uma “carta ao comandante”, configurando incitação ao crime — o que, segundo o MP, justificaria uma pena mais branda do que a aplicada aos demais por envolvimento direto no planejamento do golpe.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também
Flávio Dino será o relator de novo habeas corpus para soltar Bolsonaro
Por CartaCapital
Quem são os integrantes do ‘núcleo 3’ da trama golpista, que vão a julgamento no STF a partir desta terça
Por CartaCapital
4 a 0: STF confirma a condenação de Braga Netto na trama golpista
Por CartaCapital



