Sociedade
A explicação sobre o surto de contaminação em hospital no Espírito Santo
Há 141 casos sob investigação — 138 pessoas em acompanhamento e três internadas
A Secretaria de Saúde do Espírito Santo informou nesta segunda-feira 11 que o fungo Histoplasma capsulatum é o causador de um surto de síndrome respiratória registrado no Hospital Santa Rita, em Vitória.
Segundo números atualizados no domingo 9, há 141 casos sob investigação — 138 pessoas em acompanhamento e três internadas.
O diagnóstico resultou de estudos conduzidos pela Fiocruz em parceria com o Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo. Os especialistas utilizaram técnicas como sorologia do tipo Western Blot, que detectou 32 casos confirmados.
A apuração também identificou a presença da bactéria Burkholderia cepacia na amostra de água de um bebedouro e em análises de amostras respiratórias de duas profissionais de saúde. De acordo com a secretaria, trata-se de um patógeno com potencial de provocar infecções em ambientes hospitalares, principalmente em pacientes vulneráveis.
A pasta informou que permanecerão em trâmite as investigações administrativas para determinar a origem, as circunstâncias de entrada e os fatores de disseminação dos patógenos no hospital.
Nos próximos 60 dias, também continuarão as ações de vigilância, com coleta adicional de amostras de água e análise complementar de casos suspeitos.
O fungo Histoplasma capsulatum causa a Histoplasmose, uma infecção fúngica sistêmica. Não há transmissão de pessoa para pessoa, nem de animais para seres humanos, de acordo com o Ministério da Saúde.
Os pacientes geralmente contraem a infecção pela inalação de partículas infectantes do fungo decorrente do manuseio no solo, em frutas secas e cereais e nas árvores.
O fungo também é isolado nos excrementos de morcegos e aves, como galinhas. Outras espécies animais podem se infectar com o H. capsulatum, como cães, gatos, cavalos, bovinos, suínos, roedores e marsupiais. Como o fungo está disperso na natureza, os trabalhadores rurais são o principal grupo de risco, diz o ministério.
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