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Pausa na carreira deixa de ser tabu e estudo mostra novos motivos
Pesquisa mostra como a pausa na carreira se tornou parte de muitos trabalhadores e revela motivos ligados à família, recolocação e saúde mental
A pausa na carreira já aparece na trajetória de grande parte dos profissionais brasileiros. O estudo Pausa na Carreira – O cenário do mercado de trabalho brasileiro, realizado pela Be Back Now e pela NOZ Inteligência, mostra que 64,1% dos entrevistados já passaram por um intervalo profissional. Entre eles, 21,3% afirmaram ter vivenciado esse afastamento mais de uma vez.
Motivos da pausa na carreira
A maternidade ou paternidade foi responsável por 24,0% das pausas. Em seguida, 21,7% relataram dificuldade de recolocação, o que indica afastamentos involuntários. Assuntos ligados à saúde mental foram mencionados por 10,9% dos participantes.
Também apareceram o cuidado de familiares (9,4%), tentativas de empreendedorismo (6,9%) e experiências pessoais como viagens ou trabalho voluntário (5,8%). Outras respostas incluíram retorno aos estudos (5,5%), reavaliação profissional (4,3%) e saúde física (2,7%).
Tetê Baggio, CEO da Be Back Now, aponta que o tema está ligado ao comportamento social. “A pausa na carreira acompanha mudanças da vida. Cuidar da saúde mental e reorganizar prioridades já fazem parte das escolhas profissionais”.
Quem nunca parou também avalia o tema
Entre os 35,9% que nunca interromperam a trajetória, 45,4% já consideraram essa possibilidade e 16,5% estão se planejando. Apenas 38,1% nunca pensaram em parar. O estudo coletou depoimentos sobre insegurança com o retorno ao trabalho.
“Muitos temem o preconceito com quem ficou um período afastado, especialmente mulheres”, afirma Baggio. Entre quem pensou em fazer uma pausa e desistiu, 41,9% citaram medo de não conseguir recolocação. O fator financeiro foi decisivo para 68,2%.
O que o estudo mostra ao mercado
O levantamento ouviu 1.093 pessoas entre março e maio de 2025 e reforça como a pausa na carreira deixou de ser tabu e passou a representar reorganização, cuidado pessoal ou necessidade.
Os dados indicam ao mercado a importância de criar caminhos de retorno ao trabalho e políticas que reduzam barreiras para quem precisa se afastar.
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