Tufão Kalmaegi deixa mortos no Vietnã após devastar as Filipinas

O potente ciclone tocou o solo na costa central vietnamita, na noite de quinta-feira 6. Milhares de pessoas abandonaram suas casas preventivamente na região, que ainda se recupera dos estragos deixados por tempestades recentes.

Kalmaegi provocou ventos de até 149 km/h, segundo o Ministério do Meio Ambiente do Vietnã. “O teto da minha casa simplesmente voou”, contou Nguyen Van Tam, um pescador de 42 anos da província vietnamita de Gia Lai. “Estamos todos bem, (mas) o tufão foi horrível, muitas árvores caíram”, relatou.

As autoridades vietnamitas ainda avaliavam os danos na manhã de sexta-feira, mas o governo informou que pelo menos cinco pessoas morreram e 57 casas foram destruídas em Gia Lai e na região vizinha de Dak Lak. Quase 3 mil residências foram danificadas e onze embarcações afundaram, segundo as autoridades.

Nas ruas próximas à praia de Quy Nhon, em Gia Lai, equipes de emergência e soldados trabalhavam junto com os moradores para remover as árvores arrancadas e retirar os escombros.

“Foi um tufão muito forte”, afirmou Tran Ngo An, 64 anos, à AFP. “É a segunda vez que vejo um tufão assim. O outro foi há cerca de 10 anos, mas não foi tão forte quanto este”.

Mais de um milhão de pessoas sem luz

A empresa estatal de energia elétrica informou que 1,6 milhão de clientes ficaram sem eletricidade no momento em que o tufão atingiu a região costeira central. Nesta manhã, um terço do serviço já foi restabelecido.

O tufão perdeu força ao avançar pelo interior do país, mas ainda estão previstas chuvas fortes para o litoral central, alertou o serviço meteorológico nacional.

Kalmaegi atingiu o centro do Vietnã no momento em que a região se recuperava de mais de uma semana de inundações e chuvas recordes que deixaram pelo menos 47 mortos.

O país asiático está localizado em uma das regiões tropicais mais ativas do planeta em termos de ciclones e registra, em média, 10 tufões ou grandes tempestades por ano. O Kalmaegi, no entanto, é o 13º de 2025.

Devastação nas Filipinas

Antes do Vietnã, o Kalmaegi atingiu as ilhas de Cebu e Negros, nas Filipinas. As inundações, consideradas sem precedentes, devastaram localidades e cidades, principalmente de Cebu. O tufão arrastou carros, caminhões e contêineres de carga e deixou um rastro de destruição no país.

O saldo de vítimas subiu para 188 mortos. De acordo com as autoridades filipinas, 135 pessoas ainda estão desaparecidas e as buscas continuam. Mais de 500 mil moradores foram deslocados.

O presidente filipino, Ferdinand Marcos, declarou “estado de calamidade nacional”. A medida autoriza o governo a liberar fundos para ajuda humanitária e a impor limites aos preços de produtos de primeira necessidade.

Em Liloan, um povoado perto da cidade de Cebu, 35 corpos foram retirados das zonas inundadas. No local, em meio a cenas de destruição com carros empilhados e telhados arrancados, os moradores tentavam remover esta manhã a lama das ruas e edifícios.

Os cientistas alertam reiteradamente que as tempestades estão se tornando cada vez mais potentes devido às mudanças climáticas provocadas pela atividade humana. O aquecimento dos oceanos permite que os tufões se intensifiquem rapidamente, e uma atmosfera mais quente retém mais umidade, o que resulta em chuvas mais intensas.

(RFI com AFP)