Mundo
Passagem do tufão Kalmaegi deixa mais de 100 mortos nas Filipinas
As tempestades na região estão se tornando mais potentes devido às mudanças climáticas
O número de mortos pelo tufão Kalmaegi na região central das Filipinas ultrapassou 100 nesta quarta-feira 5, à medida que o impacto devastador na província de Cebu se tornou mais evidente após as piores enchentes na memória recente.
No dia anterior, a água arrastou vilarejos e cidades da província, levando consigo automóveis, casas improvisadas nas margens e até enormes contêineres de carga.
O porta-voz de Cebu, Rhon Ramos, disse à AFP que 35 corpos foram recuperados nas áreas inundadas de Liloan, localidade que faz parte da região metropolitana da capital da província, Cebu. A notícia elevou o número de vítimas em Cebu para 76.
Na ilha vizinha de Negros, pelo menos 12 pessoas morreram e outras 12 estão desaparecidas. Lá, a lama vulcânica empurrada pela chuva soterrou casas na cidade de Canlaon, informou o tenente da polícia Stephen Polinar.
Em Talisay, onde um assentamento informal próximo à margem foi destruído, a AFP encontrou Regie Mallorca, de 26 anos, trabalhando na reconstrução de sua casa.
“Vai levar tempo porque ainda não tenho dinheiro”, comentou ele, misturando cimento e areia sobre os escombros.
A área ao redor da cidade de Cebu recebeu 183 milímetros de chuva nas 24 horas anteriores ao impacto do Kalmaegi, muito acima de sua média mensal de 131 milímetros, explicou à AFP a especialista meteorológica Charmagne Varilla.
Por sua vez, a governadora provincial Pamela Baricuatro classificou a situação como “sem precedentes”.
“Esperávamos ventos perigosos, mas (…) é a água que realmente está colocando as pessoas em perigo”, declarou Baricuatro a jornalistas.
As tempestades estão se tornando mais potentes devido às mudanças climáticas, alertam os cientistas. Os oceanos mais quentes fazem com que os tufões se fortaleçam rapidamente, e uma atmosfera mais quente retém mais umidade e provoca chuvas mais intensas.
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