Do Micro Ao Macro
Black Friday: 5 dicas para proteger seus dados de golpes com IA
Especialistas alertam que criminosos usam IA para criar fraudes sofisticadas e roubar dados de consumidores durante o período de promoções
Dados pessoais e financeiros estão no alvo dos golpistas durante a temporada de compras da Black Friday. Com o avanço da inteligência artificial, criminosos passaram a utilizá-la para criar ataques personalizados e realistas voltados ao roubo de informações. A data, marcada por promoções e alto volume de transações, se tornou também um terreno fértil para tentativas de fraude digital.
O alerta vem de especialistas em cibersegurança, que observam um aumento expressivo nas ações criminosas durante as campanhas de desconto. Uma pesquisa da Locaweb indicou que 26% dos consumidores buscam acesso antecipado às ofertas e 34% se interessam por novidades e tendências — comportamento que amplia a vulnerabilidade aos golpes.
Segundo Thiago Mascarenhas, Head de Dados e Arquitetura da Engineering Brasil, o uso de IA elevou a complexidade das fraudes. “Ela permite campanhas de phishing hiperpersonalizadas, sites falsos com alta fidelidade visual e até deepfakes. Esse cenário exige uma revisão das práticas de segurança, com foco em defesa proativa e inteligente”, explica.
Segurança de dados em primeiro lugar
Para o especialista, proteger os dados deve ser prioridade. “As empresas precisam fortalecer seus sistemas com monitoramento contínuo, autenticação reforçada e planos de resposta a incidentes”, afirma Mascarenhas. Ele acrescenta que as soluções orientadas por dados da Engineering Brasil ajudam organizações a detectar fraudes automatizadas e proteger clientes e operações em períodos de grande movimento, como a Black Friday.
Cinco cuidados para evitar golpes digitais
1. Deepfakes realistas
Mensagens em vídeo ou áudio que imitam vozes conhecidas de forma convincente podem ser tentativas de fraude. “A IA facilita a criação de deepfakes usados para aplicar golpes. Desconfie de solicitações urgentes enviadas por vídeo ou áudio, mesmo que pareçam legítimas”, orienta Mascarenhas.
2. Solicitação de dados sensíveis
Sites que pedem CPF, senhas ou número do cartão de crédito sem protocolos de segurança, como HTTPS ou autenticação em duas etapas, devem ser evitados. “Nunca insira informações em páginas que não exibem o cadeado na barra do navegador”, alerta.
3. Links suspeitos
E-mails e mensagens de texto continuam sendo ferramentas de ataque. “Com IA, os textos se tornaram quase perfeitos, o que aumenta o risco de erro. Em caso de dúvida, digite o endereço do site diretamente no navegador”, recomenda o Head de Dados e Arquitetura.
4. URLs alteradas
Páginas falsas reproduzem o visual de grandes marcas, mas com pequenas diferenças no endereço. “Essas variações indicam fraude. A IA permite replicar o design de sites legítimos e enganar o consumidor com mais facilidade”, afirma Mascarenhas.
5. Ofertas irreais
Promoções exageradas podem esconder tentativas de coleta de dados ou cobranças indevidas. “Se uma oferta parece boa demais, verifique o site e busque referências antes de comprar”, ressalta o especialista.
A combinação entre IA e dados pessoais torna as compras online mais vulneráveis. Para Mascarenhas, a conscientização é a melhor defesa. “Segurança digital é comportamento. Quem protege seus dados protege também sua tranquilidade durante a Black Friday”, conclui.
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