Política
De Lewandowski a Tarcísio: os alvos dos primeiros requerimentos da CPI do Crime Organizado
A comissão aprovou nesta terça-feira 4 o plano de trabalho do senador Alessandro Vieira (MDB-SE)
A CPI do Crime Organizado aprovou nesta terça-feira 4 o plano de trabalho do relator, Alessandro Vieira (MDB-SE), e os primeiros requerimentos de convite a autoridades, a exemplo dos governadores Cláudio Castro (Rio de Janeiro) e Tarcísio de Freitas (São Paulo), e do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.
A reunião desta terça-feira marcou a instalação do colegiado, à luz do debate sobre a atuação das facções criminosas no País, especialmente após uma operação policial no Rio contra líderes do Comando Vermelho deixar 121 mortos.
O objetivo da CPI é investigar fontes de financiamento e lavagem de dinheiro do crime organizado, o domínio territorial das organizações, as conexões regionais e internacionais das facções, e a possível infiltração de criminosos no poder público. Ao fim dos trabalhos, o colegiado deve propor alterações na legislação.
A comissão será presidida pelo senador petista Fabiano Contarato (ES). Hamilton Mourão (Republicanos-RS), general do Exército e ex-vice-presidente da República, foi escolhido vice-presidente. Os requerimentos aprovados nesta terça convidam também:
- José Mucio Monteiro, ministro da Defesa
- Andrei Rodrigues, diretor da Polícia Federal
- Leandro Almada, diretor da Diretoria de Inteligência Policial da PF
- Luis Otavio Gouveia, diretor da Secretaria Nacional de Políticas Penais
- Luiz Fernando Corrêa, diretor da Agência Brasileira de Inteligência
- Jerônimo Rodrigues (PT), governador da Bahia
- Clécio Luís, governador do Acre
- Raquel Lyra (PSD), governadora de Pernambuco
- Elmano de Freitas (PT), governador do Ceará
- Jorginho Melo (PL), governador de Santa Catarina
- Ratinho Jr. (PSD), governador do Paraná
- Eduardo Leite (PSD), governador do Rio Grande do Sul
- Ibaneis Rocha (MDB), governador do Distrito Federal
O plano de trabalho define como prioridade o rastreamento de lavagem de dinheiro e a infiltração de facções em setores legais da economia, como o mercado de combustíveis, o garimpo, o setor imobiliário e a indústria de bebidas.
Além disso, menciona a intenção de ouvir representantes de Conselho de Controle de Atividades Financeiras, Receita Federal, Banco Central, Conselho Nacional de Justiça e Ministério Público, além de pesquisadores da área. Também devem ser ouvidos jornalistas que cobrem segurança pública, a exemplo de Rafael Soares, do jornal O Globo, Cecília Olliveira, do Instituto Fogo Cruzado, e Bruno Paes Manso, pesquisador da USP.
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