Economia
Governo dos EUA se tornará acionista de startup dedicada a transformar terras raras
Os minerais críticos e estratégicos estão no centro da guerra comercial travada por Donald Trump contra a China
O governo dos Estados Unidos se tornará acionista da startup Vulcan Elements, especializada na transformação de terras raras, informou a empresa nesta segunda-feira 3, em uma tentativa de Washington de reduzir sua dependência da China para obter esses metais.
A empresa, com sede em Durham (Carolina do Norte), fabrica ímãs potentes destinados à indústria, a partir de uma liga que inclui neodímio, um dos metais do grupo das terras raras. Esses ímãs são um componente crucial para muitos setores de alta tecnologia.
A Vulcan Elements também planeja processar terras raras em sua fábrica localizada no parque industrial Research Triangle Park, próximo a Durham.
A operação conecta o governo americano a investidores privados, que injetarão 550 milhões de dólares (2,94 bilhões de reais) no capital da Vulcan Elements, segundo comunicado.
Os Estados Unidos, por sua vez, concederão um empréstimo de 620 milhões de dólares (3,3 bilhões de reais) e uma subvenção de 50 milhões de dólares (267 milhões de reais) em troca de receber ações da Vulcan equivalentes a esse valor.
O governo também emprestará 80 milhões de dólares (428 milhões reais) à ReElement Technologies, outra empresa americana dedicada à produção de terras raras prontas para transformação, que já havia assinado um acordo de fornecimento com a Vulcan em agosto.
“Nossa aposta na Vulcan Elements acelerará a produção nos Estados Unidos de ímãs derivados de terras raras para a indústria americana”, disse o secretário de Comércio, Howard Lutnick, citado no comunicado.
No contexto das tensões comerciais com os Estados Unidos, a China restringiu progressivamente suas exportações de terras raras, das quais controla mais de 90% do mercado mundial de refino.
Após uma mudança de postura no início de outubro, o presidente americano Donald Trump ameaçou aumentar em 100% as tarifas impostas à China. Mas, finalmente, ambos os países chegaram a um acordo na semana passada, que inclui a suspensão das novas restrições sobre as terras raras.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.



