Política
Fundo das florestas pode arrecadar US$ 10 bilhões no primeiro ano, diz Haddad
De acordo com o ministro, esse valor seria referente a recursos destinados por governos
        
        O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira 3 que o Brasil espera atingir a meta de captar 10 bilhões de dólares em recursos públicos de países para o Fundo Tropical das Florestas (TFFF, na sigla em inglês). O instrumento, que será lançado na COP30, combina investimento público e privado para financiar a conservação de florestas tropicais.
“E para chegar a 10 bilhões de dólares, bastaria que alguns países do G20 aderissem para a gente começar a remunerar os países que mantém florestas tropicais, sobretudo os que estão endividados, porque eles não têm recursos para manter as suas florestas. E o TFF viria em suporte dessa iniciativa”, afirmou.
Segundo Haddad, essa meta deve ser alcançada até o final do próximo ano, ainda durante a presidência do Brasil na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes). De acordo com o ministro, esse valor seria referente a recursos destinados por governos, com o valor podendo crescer com a adesão de outros tipos de entidades, como fundações, fundos e empresas.
“Se a gente terminar o primeiro ano com 10 bilhões de dólares de recursos públicos, seria um grande feito”, disse o ministro a jornalistas, depois de participar de uma série de reuniões do evento COP30 Business & Finance Forum, promovido pela Bloomberg Philanthropies, em São Paulo.
Haddad admitiu que essa é uma proposta “ambiciosa” mas, segundo ele, possível. “Eu acredito que nós vamos chegar lá”, falou. O objetivo final do governo é que o fundo reúna 125 bilhões de dólares, sendo 20% (25 bilhões) de países soberanos e 80% (100 bilhões) de capital privado.
O ministro disse estar otimista com a aprovação dessa proposta. “Acredito que, das ideias originais que surgiram nos últimos anos, o TFF é o que está mais pronto para dar mais certo. Tem uma outra que é muito grande, que é a coalizão do mercado de carbono, mas que vai exigir muita engenharia para sair do papel”, falou.
(Com informações da Agência Brasil).
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