Política
IML do Rio conclui as autópsias dos corpos de mortos em operação
Entre os 117 suspeitos mortos, 99 já foram identificados e dezenas são de outros estados. Os quatro policiais já foram enterrados
A Polícia Civil do Rio de Janeiro confirmou ter finalizado as autópsias dos corpos de todas as pessoas mortas durante a operação nos complexos do Alemão e da Penha na terça-feira 28. Entre as 121 vítimas confirmadas há quatro policiais (que já haviam sido identificados e enterrados) e 117 apontados como suspeitos de envolvimento com o crime organizado.
De acordo com a cúpula da corporação, 99 suspeitos foram identificados até o fim da manhã desta sexta-feira 31. Deles, 78 tinham histórico criminal, sendo que 42 eram alvos de mandados de prisão em aberto. Os trabalhos de identificação devem ser concluídos até o fim desta semana.
Pelo menos 39 homens mortos eram originários de outros estados, sendo 13 do Pará, sete do Amazonas, seis da Bahia, quatro de Goiás, três do Espírito Santo, um do Mato Grosso e um da Paraíba. Alguns foram identificados como chefes do tráfico em cidades desses estados.
O secretário estadual de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Felipe Curi, afirmou que as investigações apontam que esses homens eram enviados ao Rio para “treinamentos” antes de retornar aos estados de origem, onde comandavam ações da facção Comando Vermelho.
A Polícia Civil informou em comunicado que está finalizando um documento de inteligência “com centenas de páginas, que reúne a qualificação dos criminosos mortos e uma análise detalhada sobre o papel estratégico dos complexos da Penha e do Alemão dentro da estrutura da organização criminosa”.
A ação terminou com dezenas de mortes confirmadas ainda na terça-feira. No dia seguinte, dezenas de corpos foram retirados de uma região de mata entre os complexos do Alemão e da Penha, fazendo o número de vítimas passar de 100 e confirmando a ação como a mais letal da história da polícia no Brasil.
Mesmo com a matança e as prisões, a polícia não conseguiu deter um homem apontado como o maior chefe do Comando Vermelho em liberdade. Edgar Alves de Andrade, o Doca, conseguiu escapar e segue foragido.
(Com informações da Agência Brasil)
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