Política

Marcos do Val interrompe licença médica para participar da CPI do Crime Organizado

O senador estava afastado do Congresso desde o dia 28 de agosto

Marcos do Val interrompe licença médica para participar da CPI do Crime Organizado
Marcos do Val interrompe licença médica para participar da CPI do Crime Organizado
O senador Marcos do Val (Podemos-ES). Foto: Pedro França/Agência Senado
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O senador Marcos do Val (Podemos-ES) comunicou ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que retomará seu mandato depois de um afastamento médico iniciado em 28 de agosto. A informação consta de ofício enviado ao chefe da Casa nesta quarta-feira 29.

O motivo para o retorno é a possibilidade de o bolsonarista integrar a Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a investigar o crime organizado no Brasil, que será instalada na próxima semana.

“O Brasil precisa de uma resposta articulada ao avanço das organizações criminosas. O combate ao crime deve ser pautado por inteligência, tecnologia e integração entre as forças de segurança. Esse será o foco do meu trabalho na CPI”, escreveu Do Val em nota. A licença, com validade de 120 dias, foi inicialmente pedida em 28 de agosto, em razão de “incapacidade temporária para exercer o mandato de Senador da República”.

O pedido ocorreu um dia antes da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que atenuou as cautelares impostas ao parlamentar por viajar aos Estados Unidos, desrespeitando ordem judicial. Ele acabou sendo indiciado por obstrução e incitação ao crime ao publicar dados do delegado da PF Fábio Schor.

O afastamento colocou em um segundo plano conversas para suspensão do mandato de Do Val, que ganharam força depois de ele ser alvo da PF ao voltar dos EUA e ter de colocar tornozeleira eletrônica.

A CPI do Crime Organizado será instalada após uma operação nas comunidades da Penha e do Alemão  que resultou em 121 mortes. As imagens de dezenas de corpos levados por moradores a ruas e praças reacenderam a discussão sobre os limites da ação policial e o respeito aos direitos fundamentais em abordagens e prisões.

De autoria do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), cotado para ser relator da investigação, o colegiado contará com 11 integrantes titulares e 7 suplentes, e terá prazo de 120 dias, prorrogáveis, para funcionar. Veja os senadores já indicados à CPI do Crime Organizado:

Titulares confirmados

  • Flávio Bolsonaro (PL-RJ);
  • Sergio Moro (União-PR);
  • Magno Malta (PL-ES);
  • Marcos do Val (Podemos-ES);
  • Jaques Wagner (PT-BA);
  • Rogério Carvalho (PT-SE);
  • Alessandro Vieira (MDB-SE).

Suplentes já indicados:

  • Fabiano Contarato (PT-ES);
  • Eduardo Girão (Novo-CE).

Outros partidos, como PP e Republicanos, ainda não definiram seus representantes, o que pode alterar o equilíbrio de forças dentro da comissão.

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