Política
Quem é Ricardo Galvão, pesquisador que assumiu a vaga de Boulos na Câmara
O físico ganhou projeção em 2019, quando foi demitido após bater de frente com Jair Bolsonaro (PL)
O ex-presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais Ricardo Galvão (Rede) assumiu, nesta quarta-feira 29, o cargo de deputado federal no lugar de Guilherme Boulos (PSOL-SP), que tomou posse como ministro da Secretaria-Geral da Presidência.
Galvão confirmou nas redes sociais a saída da presidência do CNPq, onde estava desde 2023. “Em 2019, o negacionismo tentou calar a ciência. Mas resistimos. Em 2022, o povo mobilizado derrotou o autoritarismo. Hoje, a ciência brasileira ocupa um lugar na Câmara dos Deputados.”
O físico ganhou projeção em 2019, quando foi demitido após bater de frente com Jair Bolsonaro (PL) para defender os dados do Inpe sobre o avanço do desmatamento na Amazônia. À época, o então presidente da República disse que os números eram “mentirosos”, uma alegação prontamente refutada por Galvão. O episódio levou à sua saída do cargo.
Natural de Itajubá, no sul de Minas, Ricardo Galvão tem 77 anos, é formado em Engenharia de Telecomunicações pela Universidade Federal Fluminense, fez mestrado na Unicamp e doutorado em Física de Plasmas pelo Massachusetts Institute of Technology, nos Estados Unidos.
Construiu uma carreira no Instituto de Física da Universidade de São Paulo, onde se tornou professor titular e coordenou projetos de pesquisa em fusão nuclear. Também dirigiu o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, presidiu a Sociedade Brasileira de Física, e integra a Academia Brasileira de Ciências e a Academia de Ciências do Estado de São Paulo.
Em 2019, foi eleito uma das dez pessoas mais importantes para a ciência pela Nature, uma das principais revistas científicas do mundo. Nas eleições de 2022, Galvão recebeu 40.356 votos.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também
Sem governo e Centrão, reforma administrativa encalha e deixa Hugo Motta isolado na Câmara
Por Vinícius Nunes
Câmara acelera o projeto sobre devedor contumaz
Por CartaCapital



