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Caribe se recupera do pior furacão em quase um século, agora rumo às Bahamas

O furacão Melissa causou pelo menos 30 mortes ao passar por Jamaica e Cuba

Caribe se recupera do pior furacão em quase um século, agora rumo às Bahamas
Caribe se recupera do pior furacão em quase um século, agora rumo às Bahamas
Ruas seguem alagadas na Jamaica após a passagem do furacão Melissa. Foto: Ricardo Makyn / AFP
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Melissa, o pior furacão a passar pelo Atlântico em quase um século, segue enfraquecido nesta quinta-feira 30 em direção às Bermudas, após ter atingido Cuba e a Jamaica em sua passagem pelo Caribe, onde causou pelo menos trinta mortes, quase todas no Haiti.

O governo das Bahamas suspendeu o alerta de furacão no centro e sudeste do país, conforme informou o Centro Nacional de Furacões em seu boletim mais recente, emitido na madrugada desta quinta-feira.

Apesar disso, “as recomendações das autoridades locais continuam, já que é possível que seja necessário permanecer abrigado após a tempestade devido à queda de linhas elétricas e às inundações”, acrescentou o NHC.

A agência americana prevê que as inundações causadas pela passagem de Melissa por Cuba, Jamaica, Haiti e República Dominicana comecem a diminuir.

O olho de Melissa estava a mais de 1.000 quilômetros das Bermudas, onde se prevê que o furacão chegue enfraquecido à categoria 1, informou o governo local no X.

Cuba sofreu na quarta-feira a fúria de Melissa, que causou “danos consideráveis”, disse o presidente da ilha, Miguel Díaz-Canel.

A tempestade afetou o leste do país, que atravessa uma de suas piores crises econômicas. Os habitantes das províncias de Santiago de Cuba, Holguín e Guantánamo viram a água cobrir ruas e residências.

Em Santiago de Cuba, o telhado da casa de Mariela Reyes, uma dona de casa de 55 anos, foi arrancado e só parou na quadra seguinte. “Não é fácil perder tudo o que se tem. O pouco que se tem”, disse Reyes desanimada.

Cuba também sofreu danos com a passagem do furacão Melissa. Foto: YAMIL LAGE / AFP

300 km/h

Assim que o perigo passou, os moradores da segunda maior cidade da ilha, com 500 mil habitantes, saíram com facões para cortar árvores caídas e liberar as ruas, constatou um jornalista da AFP.

As autoridades da ilha informaram que cerca de 735 mil pessoas foram evacuadas, especialmente nas províncias de Santiago de Cuba, Holguín e Guantánamo.

Pelo menos trinta pessoas morreram na região devido à passagem do fenômeno meteorológico, algumas enquanto protegiam suas casas antes de sua chegada.

A potência de Melissa superou a de alguns furacões como o Katrina, que devastou a cidade de Nova Orleans em 2005.

Na Jamaica, chegou na terça-feira com ventos sustentados de cerca de 300 km/h, tornando-se o mais potente a atingir terra em 90 anos, segundo uma análise da AFP com base em dados meteorológicos da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos Estados Unidos.

O furacão do Dia do Trabalho devastou os Keys da Flórida em 1935 com ventos também próximos a 300 km/h e uma pressão atmosférica de 892 milibares.

O primeiro-ministro da Jamaica, Andrew Holness, declarou o país como “zona de desastre”. As autoridades pediram aos residentes que permanecessem abrigados devido ao risco de inundações e deslizamentos de terra.

A devastação causada por Melissa na Jamaica atinge “níveis nunca vistos” na ilha, declarou na quarta-feira um representante da ONU no local.

O Reino Unido anunciou que disponibilizará voos para que cidadãos britânicos possam deixar a ilha.

Cientistas afirmam que as mudanças climáticas causadas pelos humanos intensificaram as grandes tempestades e aumentaram sua frequência.

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