Do Micro Ao Macro

Abordagem proativa na renegociação de dívidas ajuda PMEs a reorganizar o caixa e voltar a crescer

Modelo consultivo identifica riscos antes da inadimplência e oferece soluções personalizadas para fortalecer pequenas e médias empresas

Abordagem proativa na renegociação de dívidas ajuda PMEs a reorganizar o caixa e voltar a crescer
Abordagem proativa na renegociação de dívidas ajuda PMEs a reorganizar o caixa e voltar a crescer
Agora, os donos de cartão de crédito poderão transferir o saldo devedor da fatura para uma instituição financeira que oferecer melhores condições de renegociação
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Mais de 2 milhões de empresas encerraram atividades no Brasil em 2024 por problemas com endividamentos. Diante desse alto número, a forma como bancos abordam empreendedores precisa mudar, tanto para o banco receber, quanto para a empresa não quebrar.

Com base em inteligência de dados e no comportamento financeiro dos clientes, o Itaú Empresas desenvolveu um modelo proativo e personalizado para apoiar pequenas e médias empresas que enfrentam dificuldades de caixa.

A instituição utiliza tecnologia e análise preditiva para identificar sinais de risco e acionar os empreendedores antes mesmo que percebam a gravidade da situação. A proposta vai além da renegociação de dívidas e busca criar condições para que o negócio recupere fôlego, mantenha o fluxo operacional e volte a crescer de forma sustentável.

Sinais que exigem atenção dos empreendedores

Reconhecer o momento certo para agir é decisivo para evitar crises financeiras. Entre os principais alertas estão a redução do fluxo de caixa, atrasos recorrentes em pagamentos, uso constante de cheque especial e antecipação de recebíveis, além de endividamento crescente.

Aspectos operacionais também devem ser observados, como queda nas vendas, estoque acumulado, problemas com fornecedores e necessidade de cortes de pessoal. Esses indicadores ajudam a identificar fragilidades antes que se tornem irreversíveis.

Monitoramento preventivo e reestruturação financeira

Luciano André Ribeiro, superintendente de Gestão de Crédito do Itaú Empresas, compara o acompanhamento financeiro a uma prática preventiva. “Antes, os bancos atuavam quando a empresa já estava em crise. Hoje, o foco está na prevenção, propondo ajustes e soluções antes do agravamento. O objetivo é alongar o ciclo de vida das empresas, promovendo saúde financeira e educação para gestão”, afirma.

Ele explica que a atuação do banco envolve não apenas renegociar, mas reorganizar o planejamento financeiro dos clientes, oferecendo orientação técnica e alternativas que se adequem à realidade de cada negócio.

Exemplos de reestruturação que geram resultado

Um dos casos recentes é o de uma PME do interior paulista, proprietária de um restaurante e postos de combustíveis. Após ampliar o investimento em uma nova unidade, a empresa começou a usar intensivamente a conta garantida. O banco identificou o comportamento e propôs um crédito parcelado com carência e taxa 22% menor. A reorganização trouxe estabilidade, e o faturamento cresceu 30% em julho de 2025.

Outro exemplo envolve uma transportadora do Pará, que utilizava limites rotativos para cobrir despesas e tributos, acumulando cerca de 2,6 milhões de reais em débitos. Com apoio da equipe especializada, a empresa obteve um empréstimo estruturado com garantias e alongamento de prazo, reduzindo o impacto sobre o capital de giro e retomando a operação.

Diagnóstico individual e acompanhamento contínuo

A estrutura de atendimento do Itaú Empresas conta com equipes dedicadas a empresas em situação de vulnerabilidade financeira. O trabalho é dividido em três etapas: diagnóstico detalhado da operação, formulação de soluções sob medida — que podem envolver reestruturação de prazos e dívidas — e acompanhamento pós-renegociação, para garantir que o novo modelo financeiro se mantenha estável.

O atendimento proativo também contempla empresas que buscam revisão de crédito por iniciativa própria, reforçando o caráter consultivo da estratégia.

Consultoria financeira aumenta taxa de sobrevivência

De acordo com um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), companhias que contam com atendimento consultivo apresentam 30% mais chances de permanecerem ativas após cinco anos. A pesquisa relaciona esse resultado ao acesso a crédito estruturado, planejamento e confiança na tomada de decisão.

Luciano André Ribeiro destaca que a atuação personalizada tem reduzido a inadimplência de longo prazo. “O banco se consolidou como o maior financiador de PMEs do país e reduziu em 1 ponto percentual a inadimplência acima de 90 dias desde 2022. O foco está em construir relações sustentáveis, oferecendo suporte estratégico nos momentos mais desafiadores do ciclo empresarial.”

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