O furacão Melissa atingiu a categoria máxima nesta segunda-feira 27, com ventos de até 270 quilômetros por hora, enquanto se aproximava da Jamaica, onde os habitantes buscam abrigo diante daquela que pode ser a tempestade mais violenta a atingir esta ilha.
“Não se aventurem fora de seu abrigo seguro”, pediu o Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos durante a manhã, enquanto as autoridades jamaicanas instavam os moradores a deixar suas casas.
“Evacuem hoje, porque as condições vão se deteriorar”, insistiu a primeira-ministra da Jamaica, Dana Morris Dixon.
Melissa provocou quatro mortes durante a semana: três no Haiti e uma na República Dominicana, onde um adolescente também está desaparecido.
Com ventos de 270 km/h, o furacão alcançou a categoria 5, a maior na escala escala Saffir-Simson, e continua se aproximando da Jamaica, onde espera-se que toque o solo na noite desta segunda-feira ou na manhã de terça.
“Os ventos destrutivos, marés de tempestade e inundações catastróficas vão piorar na Jamaica ao longo do dia e durante a noite”, advertiu o NHC.
Se não perder a intensidade, será o mais poderoso a atingir o país desde o início dos registros meteorológicos. Melissa também ameaça o leste de Cuba, bem como o sul das Bahamas e o arquipélago das Ilhas Turcas e Caicos, um território britânico.
Os meteorologistas preveem quase um metro de chuva, inundações repentinas e deslizamentos na Jamaica, no Haiti e na República Dominicana.
Os habitantes das áreas afetadas “devem permanecer abrigados em suas casas por dois ou três dias, ou até mais tempo para as populações que ficarão isoladas pelas inundações catastróficas”, afirmou o vice-diretor NHC, Jamie Rhome.
As autoridades temem que Melissa possa ser mais letal e destrutiva do que Gilbert, o furacão que em 1988 causou 40 mortes na Jamaica e outras centenas no restante do Caribe e México.
Ajuda necessária
Na Jamaica, os efeitos do furacão já eram sentidos na manhã desta segunda-feira, com ventos fortes atingindo a ilha.
“Estou realmente preocupado com as pessoas”, disse à AFP Enrico Coke, um agricultor que encontrou refúgio em um bar em Flagaman, no sul do país. “Precisaremos de ajuda o mais rápido possível, especialmente água para a população”, adicionou.
O ministro do Governo Local da Jamaica, Desmond McKenzie, informou em uma entrevista coletiva que abrigos contra tempestades foram abertos em todo o país.
“Esta é uma aposta que não se pode ganhar. Não se pode apostar contra Melissa”, enfatizou.
Melissa é a 13ª tempestade nomeada da temporada de furacões do Atlântico, que vai do início de junho até o final de novembro.
“Você se sente impotente, incapaz de fazer qualquer coisa, apenas correr e deixar tudo para trás”, disse à AFP Angelita Francisco, uma dona de casa de 66 anos que fugiu de seu bairro na capital dominicana, Santo Domingo.
O NHC alertou sobre “inundações repentinas catastróficas e potencialmente mortais, assim como numerosos deslizamentos de terra” na Jamaica.
Os ventos destrutivos causarão “danos significativos às infraestruturas e cortes prolongados de eletricidade e das comunicações”, acrescentou.
O Serviço Meteorológico da Jamaica prevê uma maré ciclônica de até quatro metros ao longo da costa sul do país. As autoridades ordenaram a saída dos moradores de diversas áreas costeiras da nação insular.
O aeroporto internacional de Kingston foi fechado na noite de sábado, assim como todos os portos.
Beryl foi o último grande furacão a atingir a Jamaica no início de julho de 2024, deixando pelo menos quatro mortos.