COP30

Com ausência dos EUA, Brasil articula novas parcerias climáticas para a COP30

Um novo possível caminho passa pelos países que compõem os BRICS e pela construção financeira conjunta de projetos de adaptação climática

Com ausência dos EUA, Brasil articula novas parcerias climáticas para a COP30
Com ausência dos EUA, Brasil articula novas parcerias climáticas para a COP30
André Correa do Lago, presidente da COP30. Foto: Yuri CORTEZ / AFP
Apoie Siga-nos no

Com o abandono por parte dos Estados Unidos e a provavelmente discreta participação da União Europeia e do Japão na COP30, o Brasil corre para firmar novas parcerias que possam manter vivos os esforços globais de financiamento ao combate e adaptação às mudanças climáticas. Um novo possível caminho passa pelos países que compõem os BRICS e pela construção financeira conjunta de projetos de adaptação climática que minimizem a paralisia no financiamento, hoje prometido em 300 bilhões de dólares anuais até 2035, mas que nunca chega.

Outro caminho a ser testado pelo governo brasileiro e a presidência da CO30 serão os pontos de convergência e ação conjunta com os países da América Latina e do Caribe. A ideia de uma frente regional de países, que seria similar ao já existente Grupo de Negociadores Africanos (AGN, na sigla em inglês), nasceu em conversas com o governo do México, que também lidera a iniciativa.

A frente latino-americana e caribenha, ainda sem nome oficial, seria um espaço por intermédio do qual os países membros poderiam incluir em uma declaração final temas que tenham ficado órfãos no documento oficial da Conferência. O Brasil aposta nas muitas propostas consensuais entre os países da região, mas há diferenças difíceis de serem contornadas, como, por exemplo, deixou claro a Venezuela ao vetar qualquer menção à redução de combustíveis fósseis.

Para o ambientalista Rubens Born, diretor da Fundação Esquel Brasil e dirigente do FBOMS, é muito importante que o Brasil possa liderar países da América Latina e do Caribe em esforços conjuntos de transição e de financiamento climático justos: “Um financiamento que não olhe só possibilidades por meio de mecanismos de mercado, mas que possa também fazer com que recursos financeiros cheguem às comunidades nas quais ocorrem eventos climáticos extremos”, afirma.

Eventos como as enchentes no Rio Grande do Sul e no litoral de São Paulo ou a falta de água em regiões da Amazônia, completa, demonstram que é preciso “mobilizar recursos financeiros para que as comunidades que estão sofrendo mais os impactos da mudança do clima possam se adaptar e criar resiliência”.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo