Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

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Álbum registra a obra de Zé Pereira, mestre de um fandango caiçara que segue vivo

O fandangueiro gravou o disco ao lado de Felipe Gomide, promovendo o encontro da rabeca tradicional com a contemporânea    

Álbum registra a obra de Zé Pereira, mestre de um fandango caiçara que segue vivo
Álbum registra a obra de Zé Pereira, mestre de um fandango caiçara que segue vivo
Foto: Divulgação
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O mestre fandangueiro Zé Pereira nasceu em 1951, na comunidade Rio dos Patos, em Guaraqueçaba (PR). Depois, mudou-se para o município vizinho de Cananéia (SP), estabelecendo-se na vila de Ariri. 

Trata-se de um local da tradição do fandango caiçara, da qual Zé Pereira é o principal expoente. “Venho de uma infância dura, em que o fandango era a alegria. Quando chegava a tarde, a gente pegava na viola e o pessoal cantava”, relembra.

Agora, o mestre lança com o músico e pesquisador paulistano Felipe Gomide o álbum Entre Arcos, promovendo o encontro entre a rabeca tradicional e a contemporânea.

“O disco não só traz os olhares para esse grande personagem da cultura popular que é o mestre Zé Pereira, mas para o fandango caiçara, que é uma manifestação da cultura popular”, diz Gomide.

O álbum tem o som da rabeca com outros instrumentos, como violão, bandolim, pífano, piano, percussão, flautas, acordeom e violoncelo. “É um álbum que reúne músicas antigas com elementos universais”, resume.

Segundo Felipe Gomide, Zé Pereira é reconhecido nas comunidades caiçaras da região, que mantêm grupos de fandango em diferentes cidades litorâneas de São Paulo e do norte do Paraná. Eles ainda tocam em eventos, encontros e festas de santo.

Zé Pereira, que constrói seus próprios instrumentos musicais, inventou um deles: rabeca de um lado e viola machete do outro, que recebeu o nome de ramachete. Com isso, o mestre pode trocar no meio da música o instrumento a ser executado.

As 11 faixas inéditas do disco, todas composições de Zé Pereira, expressam, em geral, a vida caiçara. 

“Minha relação com esse universo começou em 2005. Me encantei e passei a tocar rabeca. Em 2009, gravei um álbum com a família Neves, quando conheci seu Zé Pereira. Fui acolhido”, relata Gomide, que trabalha com turismo e cultura na região.

Além do álbum, o projeto inclui shows de lançamento em São Paulo, Iguape e Cananéia, oficinas em escolas públicas das três cidades — voltadas às crianças — e uma série documental.

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