Política
Município do CE terá nova eleição após prisão do vencedor de 2024 por ligação com o CV
O pleito em Santa Quitéria terá o suporte de forças federais de segurança
Eleitores de Santa Quitéria, município do Ceará com quase 42 mil habitantes, voltarão às urnas neste domingo 26 para escolher seu prefeito. A eleição suplementar ocorre cerca de dez meses após o prefeito reeleito, José Braga Barrozo (PSB), ser preso por suspeita de ligação com a facção Comando Vermelho. A Justiça Eleitoral cassou o mandato do pessebista.
Três nomes disputam o comando do Executivo municipal: Joel Barroso (PSB), que tem como vice Francisco das Chagas Paiva (PSB); Candida Maria Pessoa (União), cujo candidato a vice é Rafael Vaz (MDB); e Ligia Maria Benevinuto (PT), com Rayana Bendor (PT) na vice.
Joel, filho de José Braga, é o atual gestor por ser presidente da Câmara de Vereadores.
As investigações da Polícia Civil apontaram que a chapa liderada em 2024 por Braguinha — como Barrozo é conhecido na cidade — contou com o apoio do CV para vencer. De acordo com a denúncia do MP Eleitoral, o período de campanha foi tumultuado com ameaças a eleitores de outros candidato feitas, supostamente, por integrantes do grupo criminoso. Houve registro de pichações, mensagens enviadas por redes sociais e intimidações.
Ainda de acordo com a denúncia, em troca, um integrante da facção teria recebido um carro de luxo enviado por pessoas ligadas a Braguinha. O pessebista era o prefeito desde 2021 e teve 41% dos votos no ano passado. Tomás Figueiredo (MDB) somou 29,44%, Dra. Lígia Protásio (PT) teve 29,02% e Evelardo Bié (Novo) ficou com 0,53%.
“Se apoia o Tomás, vai entrar no problema” e “Quem apoiar o 15 vai morrer” estavam entre as pichações em muros da cidade na eleição de 2024. Drogas também teriam sido usadas para comprar votos.
No início deste mês, o Tribunal Superior Eleitoral aprovou o pedido de requisição de forças federais para Santa Quitéria para garantir a realização das eleições deste domingo. O governo Lula (PT) autorizou o envio dos agentes.
Barrozo foi preso horas antes de tomar posse, em 1º de janeiro. Seu vice, Francisco Gardel Mesquita Ribeiro, não chegou a ser detido, mas também foi afastado do cargo e tornado inelegível pelo Tribunal Regional Eleitoral do Ceará.
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