Política
A nova tentativa da Bancada Feminista do PSOL de cassar o mandato de Lucas Bove
O deputado estadual paulista é acusado de violência doméstica contra a influenciadora Cíntia Chagas
A Bancada Feminista do PSOL protocolou nesta sexta-feira 24 no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo um pedido de cassação do mandato do deputado estadual Lucas Bove (PL) por quebra de decoro parlamentar. Ele é acusado de violência doméstica contra a ex-esposa, a influenciadora Cíntia Chagas.
A solicitação das deputadas ocorre depois de o Ministério Público paulista pedir a prisão preventiva do bolsonarista por descumprir medidas protetivas decretadas em prol de Chagas. Ele nega as acusações e ironizou o pedido do MP nas redes sociais, alegando que “o movimento feminista nunca fez nada pelas mulheres”.
Na representação à Alesp, a deputada Paula Nunes afirma que as provas obtidas na investigação “atingem o cerne da credibilidade e da autoridade moral paulista”, levando a situações que “há mais de um ano perturbam o funcionamento regular e a serenidade da Assembleia Legislativa”.
Nunes ressalta que Bove foi indiciado pela Polícia Civil por stalking e violência psicológica e, depois, denunciado pelo MP por violência física, psicológica e ameaça, com reiterado descumprimento de decisões judiciais.
“Dentre as evidẽncias, apontou-se inclusive, o registo de ligações telefônicas à vítimas feitas por número desta Assembleia Legislativa”, acrescentou a deputada do PSOL, que solicitou a abertura de procedimentos administrativos.
Em agosto, o Conselho de Ética arquivou uma representação contra Bove apresentada pelo PSOL em 2024, após as primeiras denúncias de Cíntia. Votaram por barrar o processo o presidente e o vice-presidente do colegiado, Delegado Olim (PP) e Oseias de Madureira (PSD), e os deputados Carlos Cezar (PL), Dirceu Dalben (Cidadania), Eduardo Nóbrega (Podemos) e Rafael Saraiva (União Brasil). Somente a deputada Ediane Maria (PSOL) defendeu a cassação.
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