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Dezenas de sacos com restos humanos são encontrados no oeste do México
A descoberta da vala é mais um de dezenas de casos similares em Jalisco, o estado mais atingido pela crise de desaparecimento de pessoas que afeta o país
Autoridades mexicanas reportaram nesta quinta-feira 23 a descoberta de 48 sacos com restos humanos em uma vala clandestina em um subúrbio de Guadalajara, a capital do estado de Jalisco (oeste), informou o Ministério Público local.
Os trabalhos de busca continuarão, por isso o órgão judicial não quis estimar um número provável de vítimas. Além disso, os corpos precisam ser analisados.
“Precisamos que se avance no tema forense para podermos lhes dizer o número de sacos e a quantas vítimas equivalem”, disse Blanca Trujillo, vice-procuradora estadual de pessoas desaparecidas em coletiva de imprensa.
A vala clandestina foi localizada há quatro semanas por um grupo de busca de pessoas em um prédio abandonado em Zapopan, um município periférico da região metropolitana de Guadalajara.
Desde então, as autoridades trabalham na recuperação dos restos humanos com apoio de membros do grupo Guerreros Buscadores.
No primeiro boletim oficial sobre os trabalhos de busca, Trujillo detalhou que conta com o apoio da Comissão Nacional de Busca de pessoas e que, devido à amplitude do terreno, é necessário o uso de máquinas pesadas.
A descoberta desta vala é mais um de dezenas de casos similares em Jalisco, o estado mais atingido pela crise de desaparecimento de pessoas que afeta o México e soma mais de 127 mil vítimas.
A grande maioria dos desaparecimentos aconteceu no contexto de escalada de violência que abala o México desde dezembro de 2006, quando o governo federal iniciou uma operação militar de combate às drogas.
Em junho, especialistas forenses localizaram os corpos de 34 pessoas enterrados perto de uma área residencial de Zapopan.
Segundo dados oficiais, Jalisco soma mais de 15.900 desparecidos, um saldo que especialistas atribuem às atividades do Cartel Jalisco Nova Geração (CJNG), um dos mais violentos e poderosos do país.
Em fevereiro, o governo dos Estados Unidos designou o CJNG como “organização terrorista estrangeira”, após apontá-lo como um dos principais responsáveis pelo tráfico de fentanil, um opioide sintético que já provocou a morte de milhares de americanos.
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