Dinheiro parado

Há 10,4 bilhões de reais parados no Sistema de Valores a Receber do Banco Central, criado em 2022. A quantia pertence a pessoas físicas e jurídicas que ainda não solicitaram a devolução do dinheiro esquecido em instituições financeiras, além de tarifas cobradas indevidamente.

Desse montante, 8,08 bilhões de reais são de 48,4 milhões de cidadãos, enquanto 2,37 bilhões pertencem a 4,6 milhões de empresas. A maior parte dos recursos está parada nos bancos, que concentram em torno de 4,8 bilhões de reais, seguidos por administradoras de consórcio, com 2,4 bilhões, e cooperativas de crédito, com, aproximadamente, 800 milhões.

Mas, se o dinheiro está disponível, por que quase ninguém os reclama? O principal motivo é o desconhecimento. Além disso, em grande parte dos casos, os saldos são tão baixos que não compensam o esforço. Perto de 65% dos beneficiários têm até 10 reais a receber, enquanto apenas 1,8% possuem mais de mil reais para sacar. Agora, com a adoção do Pix nos reembolsos, o SVR espera aumentar as chances de esse dinheiro voltar a circular.

O Lego ilegal

Você, certamente, já ouviu a expressão “eu faria qualquer coisa por um desses”. Esse parece ser o mantra de colecionadores de Lego, que criaram um mercado paralelo de kits que saíram de linha ou são difíceis de encontrar. A marca roubou o coração de milhões de consumidores ao redor do mundo. E, mesmo em um mundo de telas, segue forte e desejada. Tão desejada que o crime organizado passou a cobiçar os colecionáveis.

Nos últimos anos, surgiram quadrilhas especializadas em furtos desses ­kits nos EUA. Elas atuam com precisão: em 2024, uma operação em Springfield, no Oregon, recuperou 4.153 conjuntos, avaliados em, aproximadamente, 200 mil dólares. Neste mês, no condado de Lake, na Califórnia, a polícia chegou à residência de Robert López, onde encontrou dezenas de milhares de peças de Lego soltas, minifiguras com as cabeças removidas e organizadas por expressões faciais, além de novos conjuntos.

Segundo as autoridades, López orientava os comparsas a furtar kits de alto valor e revendia as peças por preços inflacionados. Caso você tenha um conjunto antigo da Lego e queira estimar o seu valor, uma opção é acessar o site Brick­Economy, especializado na análise de mercado da marca. De acordo com a plataforma, um kit do Homem-Aranha lançado em 2013, durante a Comic-Con de San Diego, pode valer cerca de 80 mil reais.

ZF no foco

A filial brasileira da ZF Friedrichshafen AG, instalada na cidade de Limeira, no interior de São Paulo, iniciou a produção de uma nova geração de câmeras veiculares inteligentes integradas aos sistemas de assistência avançada ao condutor, conhecidos como ADAS (Advanced Driver Assistance System). Elas são projetadas para trabalhar em conjunto com múltiplos sensores e unidades de controle do veículo, para executar funções de segurança como frenagem automática de emergência, manutenção de faixa, detecção de pedestres ou ciclistas e outros tipos de auxílio.

O ADAS reúne câmeras, radares e ultrassom para monitorar o entorno do veí­culo, processar informações em tempo real, emitir alertas ou realizar intervenções automáticas. Quando o carro sai da faixa sem sinalização ou um pedestre se aproxima, por exemplo, o sistema pode avisar o condutor ou acionar os freios para evitar uma colisão. A “Smart Camera 6”, da ZF, tem resolução de 8 megapixels, campo de visão de até 120 graus e se comunica diretamente com a unidade de controle de segurança do automóvel. De origem alemã, a empresa mantém mais de 160 unidades produtivas em cerca de 30 países. Em 2024, sua receita global foi de 41,4 bilhões de euros.

Tudo joia

A rede de joalherias Vivara encerrou o segundo trimestre com lucro de 151 milhões de reais. O número, embora expressivo, representa uma queda de 28,4% em relação ao mesmo período de 2024. A perda foi atribuída ao aumento das despesas gerais, administrativas e com vendas. A receita líquida da empresa foi de 761 milhões de reais, aumento de 16%. Já as vendas cresceram 16,1% nas lojas físicas e 15,1% no ambiente digital, sempre comparando com o mesmo período do ano anterior. •

Publicado na edição n° 1385 de CartaCapital, em 29 de outubro de 2025.

Este texto aparece na edição impressa de CartaCapital sob o título ‘Dinheiro parado’