Parlatório
Conheça os hackers que invadiram o site de Feliciano
Depois de colorir a home do site oficial do pastor-deputado, o grupo de adolescentes vai ficar inativo “até sair da mira da polícia”
No domingo 7 de junho, o site do pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP) foi invadido pelo grupo de hackers ProtoWave, que trocou a página inicial por uma arte com uma versão negra de Jesus, com uma bandeira LGBT ao fundo, além do logo das lojas O Boticário e uma frase contra preconceitos, tudo isso ao som de uma paródia da música “I Will Survive”.
Um dos autores da ação, que se identifica como Prestus Hood, tem 15 anos e explica: “Da mesma forma que uns são contra a homofobia, como foi o caso do ataque ao Feliciano, cada um de nós tem seus próprios ideais e agimos individualmente”. Segundo eles, o apoio ao movimento LGBT não foi o que moveu a ação, mas o reconhecimento de uma vulnerabilidade no site. “Achamos a falha e esperamos alguns dias para soltar [o ataque] no dia da Parada Gay para poder ter repercussão”.
Os outros quatro membros do grupo, Coolmemes, Kryptonet, Kuchta e Fayzor, têm entre 14 e 16 anos e se dizem cyber-anarquistas, ou seja, querem a ausência do Estado na Internet. Dizem agir de forma independente, sem vínculo partidário ou de outro tipo, e não receber dinheiro para fazer as invasões.
Apesar de já terem hackeado até o site da Xuxa, o foco está nos sites governamentais, como prefeituras, a Polícia Militar e até a Anvisa. “Nós não invadimos para causar danos, nós só entramos no site e modificamos a página inicial com a nossa marca. Nunca bisbilhotamos a privacidade de ninguém, principalmente porque somos contra isso. Nosso objetivo, e de vários outros grupos no mundo inteiro, é incentivar a melhora na segurança”.
Por enquanto, o grupo não prepara nenhuma surpresa a ninguém por causa da proximidade da polícia, mas deixam uma mensagem: “Os sites .gov vão sempre continuar na nossa mira”.
Antes de executar o ataque à página, o grupo lançou enquete para que os seguidores adivinhassem o próximo alvo. O favorito era a Boticário
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.